Balanço patrimonial: passivo e patrimônio líquido
O balanço patrimonial fornece aos credores, investidores e analistas informações sobre os recursos (ativos) da empresa e suas fontes de capital (seu patrimônio líquido e passivos). Normalmente, também fornece informações sobre a capacidade de ganhos futuros dos ativos de uma empresa, bem como uma indicação dos fluxos de caixa que podem vir de recebíveis e estoques.
O passivo representa obrigações de uma empresa decorrentes de eventos passados, cuja liquidação deve resultar em uma saída de benefícios econômicos da entidade.
Com base em relatórios: 10-K (Data do relatório: 2024-09-28), 10-K (Data do relatório: 2023-09-30), 10-K (Data do relatório: 2022-09-24), 10-K (Data do relatório: 2021-09-25), 10-K (Data do relatório: 2020-09-26), 10-K (Data do relatório: 2019-09-28).
Ao analisar os dados financeiros ao longo do período de cinco anos, observa-se que o passivo total apresentou crescimento, passando de aproximadamente US$ 248 bilhões em setembro de 2019 para cerca de US$ 308 bilhões em setembro de 2024. Esse aumento indica uma ampliação do endividamento e das obrigações financeiras da entidade ao longo do tempo.
O passivo circulante, que inclui contas a pagar, imposto de renda a pagar, receitas diferidas e outras dívidas de curto prazo, também cresceu substancialmente, passando de aproximadamente US$ 105,7 bilhões em 2019 para US$ 176,4 bilhões em 2024. Notavelmente, o item de imposto de renda a pagar a longo prazo aumentou de forma significativa, saindo de um valor não divulgado até 2020 para mais de US$ 26 bilhões em 2024, evidenciando uma possível mudança na estratégia fiscal ou aumento nas obrigações fiscais diferidas.
O item de contas a pagar teve alguma volatilidade, mas apresentou uma tendência de incremento ao longo do período, chegando a US$ 68,96 bilhões em 2024. O papel comercial também cresceu substancialmente, quase dobrando seu valor de aproximadamente US$ 4,99 bilhões em 2020 para US$ 9,97 bilhões em 2024, sugerindo maior uso de instrumentos de curto prazo para captação de recursos.
Quanto à dívida a prazo, há uma reversão de padrão: a parcela atual da dívida a prazo aumentou, embora de forma moderada, enquanto a parcela não circulante apresentou redução significativa, de cerca de US$ 98,7 bilhões em 2019 para aproximadamente US$ 85,75 bilhões em 2024, indicando uma possível estratégia de alongamento do vencimento das dívidas de longo prazo.
O patrimônio líquido apresentou declínio acentuado entre 2019 e 2022, caindo de aproximadamente US$ 90,5 bilhões para US$ 50,7 bilhões, reflexo de perdas operacionais e acumulação de déficits, especialmente após 2021. A partir de 2022, há uma recuperação do patrimônio líquido, que atingiu aproximadamente US$ 62,1 bilhões em 2023, embora em 2024 tenha recuado para cerca de US$ 56,9 bilhões, indicando certa instabilidade na rentabilidade e no retorno aos acionistas.
Os lucros acumulados sofreram forte deterioração, passando de cerca de US$ 45,9 bilhões em 2019 para valores negativos a partir de 2021, chegando a US$ 19,154 bilhões em 2024. Além disso, outras receitas (perdas) abrangentes acumuladas também demonstraram tendência de perdas, agravando o impacto negativo no patrimônio líquido ao longo do período.
Em suma, o cenário financeiro revela aumento do endividamento, especialmente em dívidas de curto prazo, além de uma deterioração expressiva na rentabilidade e no patrimônio líquido até 2022, seguida por sinais de reversão parcial. Essas tendências indicam maior alavancagem financeira, desafios na geração de lucros positivos e uma maior volatilidade nos resultados financeiros ao longo do período analisado.