Boeing Co. (NYSE:BA)

Ao analisar a evolução dos itens financeiros ao longo dos períodos considerados, observa-se uma significativa variação na composição do passivo da empresa, indicando mudanças na estrutura de financiamentos e obrigações.

As contas a pagar mantêm uma proporção relativamente constante, apresentando uma leve tendência de aumento em relação ao total do passivo, passando de 6,46% em março de 2022 para 7,24% em dezembro de 2024, refletindo talvez maior uso de fornecedores ou obrigações de curto prazo. Contudo, essa variação não é expressiva e mantém-se em patamares próximos à média histórica.

Os passivos acumulados apresentam uma ligeira tendência de estabilidade, com uma ligeira alta até o final de 2023, atingindo cerca de 15,75%, embora retornando a patamares próximos de 15% em setembro de 2024. Tal comportamento sugere estabilidade nas obrigações acumuladas ao longo do período analisado.

O item de adiantamentos e adiantamentos de faturamento mostra uma tendência de aumento percentual, passando de aproximadamente 33,19% a 38,66% até o último trimestre de 2022, Atuação possível de aumento na captação de recursos antecipados ou operações similares, que podem indicar estratégias de fluxo de caixa ou de gestão de receitas.

Já a dívida de curto prazo e parcela corrente da dívida de longo prazo apresenta uma oscilação ao longo do período, com picos em torno de 5,81% em março de 2023 e valores mais baixos cerca de 0,79% em setembro de 2022. Essa variabilidade sugere ajustes na estrutura de dívida de curto prazo e na gestão do passivo circulante.

No que tange ao passivo circulante, há uma tendência de aumento, culminando em aproximadamente 69% em março de 2024, indicando maior participação de obrigações de curto prazo na composição do passivo total, o que pode impactar na liquidez de curto prazo.

O imposto de renda diferido mantém uma proporção relativamente baixa e estável, entre 0,03% e 0,66%, indicando uma implementação consistente de estratégias fiscais sem mudanças expressivas na sua composição.

Os passivos relacionados a assistência médica acumulada de aposentados mostram uma redução de sua participação, de cerca de 3,13% em março de 2020 para aproximadamente 1,36% em dezembro de 2024, refletindo possível pagamento de obrigações ou mudança na estimativa atuarial.

O passivo acumulado do plano de pensão, líquido, apresenta uma redução substancial de cerca de 11,16% em março de 2020 para aproximadamente 3,74% em setembro de 2024, indicando melhorias ou ajustes atuariais na avaliação desses benefícios futuros.

Os demais passivos de longo prazo apresentam estabilidade relativa, oscilando na faixa de 1,44% a 2,37% do total do passivo, sugerindo gestão consistente dessas obrigações.

Na composição do passivo total, destaca-se a participação expressiva dos passivos de longo prazo, com uma redução de aproximadamente 50% entre março de 2020 (40,49%) e setembro de 2024 (35,48%), refletindo possivelmente uma estratégia de alongamento ou redução de endividamento de longo prazo.

O total do passivo, como percentagem do passivo e do défice, permanece próximo a 111%, demonstrando estabilidade na somatória das obrigações da entidade ao longo do tempo, mesmo diante de variações internas em suas componentes.

Itens como ações preferenciais conversíveis permanecem ausentes na composição atual, enquanto as ações ordinárias representam uma parcela relativamente constante, em torno de 3,2% a 3,8%, indicando estabilidade no capital social emitido.

O capital adicional realizado apresenta crescimento acentuado, de aproximadamente 4,6% em março de 2020 para mais de 12% em junho de 2025, sugerindo aportes de recursos pelos acionistas ou aumento de capital próprio da companhia.

As ações em tesouraria, a custo, mostram uma redução significativa de aproximadamente -37,43% em dezembro de 2021 para cerca de -20% a partir de junho de 2025, indicando potencial recompra de ações ou gerenciamento do capital próprio.

Os lucros não distribuídos tendem a diminuir, saindo de cerca de 34,84% em março de 2020 para aproximadamente 9% em junho de 2025, refletindo possivelmente distribuição de dividendos ou retenção de lucros para financiamentos internos.

As perdas abrangentes acumuladas mostram uma ligeira redução, de -11,42% em março de 2020 para aproximadamente -6,83% em junho de 2025, o que pode estar associado a melhorias na avaliação de ativos ou redução de perdas acumuladas ao longo do tempo.

Finalmente, o déficit de acionistas evolui de uma posição negativa de cerca de -6,76% em março de 2020 para uma melhora acentuada para -2,12% em junho de 2025, indicando progresso na recuperação patrimonial ou aumento do patrimônio líquido em relação às obrigações totais.

De modo geral, os dados revelam uma tendência de ajustamento e estabilidade estrutural, com redução de alguns passivos de longo prazo, aumento do capital realizado e gerenciamento de lucros e perdas acumuladas, refletindo estratégias de fortalecimento financeiro ao longo do período avaliado.