Johnson Controls International plc (NYSE:JCI)

Ao analisar a série histórica de vendas líquidas ao longo do período de setembro de 2005 a setembro de 2023, observa-se uma tendência geral de crescimento, embora com oscilações ao longo do tempo. Entre 2005 e 2008, houve um aumento consistente nas vendas, chegando a um pico em 2008, refletindo uma fase de forte expansão. A partir de 2009, há um leve declínio, possivelmente impactado por fatores econômicos globais, seguido de uma recuperação gradual e posterior estabilidade em torno de níveis próximos de 42 mil a 43 mil milhões de dólares até 2014. A partir de 2015, ocorre uma redução significativa nas vendas, atingindo um ponto mais baixo em 2019, com uma leve recuperação em 2020 e 2021, antes de um aumento contínuo até 2023, retornando a patamares semelhantes aos observados em anos anteriores.

Quanto ao lucro líquido atribuível à empresa durante o mesmo período, observa-se uma alta volatilidade. Após um crescimento contínuo de 2005 até 2007, há uma queda acentuada em 2009, com prejuízo registrado naquele ano. Em 2010, há recuperação, com volumes de lucro positivos e uma retomada de crescimento até 2012. A partir de 2013, há uma notável reversão de tendência, com lucros expressivos atingindo picos em 2017 e, especialmente, em 2020, quando o lucro atinge seu valor mais alto no período em questão. A partir de então, há uma estabilização, embora com algumas oscilações menores, refletindo resiliência e recuperação após períodos de dificuldades financeiras, possivelmente relacionadas a fatores macroeconômicos ou de mercado específicos, como crises ou mudanças no setor.

Essas tendências indicam uma empresa capaz de recuperar-se de períodos de dificuldades e de adaptar-se às condições de mercado, com um padrão de crescimento de suas vendas líquidas ao longo do tempo e uma recuperação consistente de seus lucros líquidos após anos de oscilações e prejuízos.

Ativo circulante:

Observa-se uma tendência geral de crescimento ao longo do período analisado, embora com variações ao longo dos anos. O valor começou em aproximadamente US$ 7,14 bilhões em setembro de 2005 e atingiu um pico de cerca de US$ 17,11 bilhões em setembro de 2014. Houve um aumento significativo entre 2005 e 2014, seguido por uma redução temporária e estabilização nos anos subsequentes. Entre 2014 e 2023, o ativo circulante variou, encerrando em aproximadamente US$ 11,37 bilhões, o que indica uma recuperação parcial após o declínio ocorrido em alguns anos posteriores a 2014.

Ativos totais:

Os ativos totais apresentaram um crescimento expressivo ao longo do período. Em 2005, o valor era de cerca de US$ 16,14 bilhões e aumentou de forma contínua até atingir aproximadamente US$ 63,28 bilhões em 2011, refletindo uma expansão significativa. Após esse pico, os ativos totais sofreram uma redução acentuada, chegando a cerca de US$ 48,78 bilhões em 2016, seguido por uma nova redução contínua até aproximadamente US$ 42,21 bilhões em 2019. A partir de então, observou-se estabilidade com valores em torno de US$ 42 bilhões até 2023.

Análise geral:

O padrão de evolução indica períodos de forte crescimento, especialmente até 2011, seguido por fases de ajuste e estabilização. A oscilação nos ativos totais sugere ajustes estratégicos ou mudanças no balanço patrimonial da empresa, enquanto o ativo circulante, embora mais volátil, também demonstra uma tendência de crescimento ao longo do tempo, ressaltando a adaptabilidade da liquidez à evolução do negócio.

Ao analisar as tendências do passivo circulante ao longo do período, observa-se um aumento generalizado, especialmente a partir de 2006, atingindo um pico em 2012. Após esse pico, o valor apresenta uma tendência de estabilização, embora com variações menores, indicando possível ajuste na estrutura de liquidez da empresa.

Passivo circulante

O valor passou de US$ 6.841 milhões em 2005 para um máximo de aproximadamente US$ 12.117 milhões em 2012. A partir de então, ocorre uma redução gradual até 2019, seguida de uma estabilização próxima de US$ 11 mil milhões, sinalizando esforços de gerenciamento de liquidez ao longo do tempo.

O total do passivo demonstra uma trajetória semelhante, mas com aumentos mais expressivos e uma amplitude maior de variações. A partir de 2005, houve um crescimento contínuo até 2012, atingindo cerca de US$ 21 bilhões, retornando a patamares inferiores posteriormente, possivelmente refletindo uma estratégia de redução de dívida ou mudanças na estrutura de capital.

Total do passivo

De US$ 10.086 milhões em 2005, alcançou um pico de US$ 21.048 milhões em 2014, antes de diminuir para aproximadamente US$ 24,5 bilhões em 2023. Essa tendência indica uma expansão do endividamento ao longo de vários anos, seguida por uma fase de ajuste após o pico, com uma possível intenção de equilibrar a estrutura de financiamento.

Quanto ao endividamento total, observa-se um aumento até 2012, atingindo US$ 6.068 milhões, seguido de variações substanciais. O valor chega a um pico de US$ 8.960 milhões em 2022, demonstrando uma trajetória de crescimento, ainda que com algumas oscilações, possivelmente relacionadas às estratégias de captação de recursos ou refinanciamento de dívidas.

Endividamento total

O crescimento do endividamento revela uma maior dependência de financiamento externo ao longo do período, o que pode indicar investimentos ou aquisições. O aumento mais recente sugere uma manutenção dessa tendência, apesar das instabilidades econômicas globais.

Por outro lado, o patrimônio líquido atribuído à empresa apresenta uma trajetória de crescimento constante até 2014, atingindo um pico de US$ 24.118 milhões, seguido de uma redução acentuada. A partir de 2015, há uma diminuição contínua, com valores estabilizados em patamares inferiores, embora ainda elevados, o que indica deterioração de valor líquido ao longo do tempo ou redistribuição de lucros e reservas.

Patrimônio líquido atribuível

De US$ 6.058 milhões em 2005, subiu até aproximadamente US$ 24.118 milhões em 2014, mas posteriormente recuou para cerca de US$ 16.545 milhões em 2023. Essa redução pode estar relacionada à distribuição de dividendos elevados, perdas acumuladas ou reestruturações patrimoniais, refletindo uma mudança na geração de valor ou na valorização dos ativos.

Ao analisar os dados financeiros, verifica-se uma tendência de crescimento contínuo no fluxo de caixa proveniente das atividades operacionais ao longo do período considerado, especialmente após 2008. Nos anos iniciais, houve um aumento progressivo, chegando a atingir picos significativos em 2009 e 2012, refletindo uma melhora na geração de caixa operacional. Entre 2013 e 2015, o fluxo permaneceu relativamente elevado, com valores acima de 2 bilhões de dólares, demonstrando uma forte capacidade de autofinanciamento das operações. Nos anos posteriores, essa parcela do fluxo de caixa apresentou estabilização em níveis elevados, embora com alguma oscilação, indicando uma consistência na geração de caixa a partir das atividades principais da empresa.

Por outro lado, observa-se uma forte volatilidade na seção de caixa utilizada pelas atividades de investimento. Nos primeiros anos, há valores negativos expressivos, indicando saídas de caixa relacionadas a investimentos, com uma tendência de intensificação dessas saídas especialmente entre 2006 e 2010. Há também um ponto de retorno ao positivo em 2012, sugerindo venda ou desinvestimentos em determinado momento. A partir de 2013, esses valores negativam novamente, atingindo picos de saídas em 2015 e 2017, o que pode refletir uma estratégia de investimento mais agressiva ou aquisições de ativos. Na maior parte do período, as saídas de caixa para investimentos predominam, evidenciando uma forte atividade de captação de recursos para crescimento ou manutenção patrimonial.

Na dimensão de caixa proveniente de atividades de financiamento, registra-se uma elevada volatilidade, com variações consideráveis ao longo dos anos. Inicia-se com valores negativos em 2005, seguidos de anos de resultados positivos, até atingir picos expressivos em 2015 e 2017. Tais picos negativos nos anos posteriores indicam realizações de pagamento de dívidas, recompras de ações ou outras operações de financiamento que resultam em saída de recursos de grande monta, especialmente em 2015, quando há um aumento substancial na descaracterização de caixa. Os anos mais recentes apresentam resultados negativos menores, indicando uma possível estabilização ou redução na magnitude de operações de financiamento.

De modo geral, os padrões revelam uma empresa que mantém um robusto fluxo de caixa das operações, sustentando suas atividades principais de forma consistente. As atividades de investimento parecem estar associadas a estratégias de crescimento que demandam saídas de caixa significativas, enquanto as operações de financiamento demonstram esforço para equilibrar ou ajustar a estrutura de capital ao longo do tempo, refletindo fases de maior alavancagem e pagamento de dívidas. A análise sugere que a gestão tem conduzido grandes volumes de recursos em diferentes áreas de atuação, com forte ênfase na manutenção do fluxo operacional e em ajustes financiamentos, evidenciando uma estratégia de crescimento sustentada por operações sólidas.

Ao analisar os dados de lucros básicos e diluídos por ação ao longo do período de 2005 a 2023, nota-se uma trajetória de crescimento geral, embora marcada por flutuações em alguns anos específicos. Nos primeiros anos, até 2007, observa-se uma tendência de aumento consistente tanto no lucro básico quanto no diluído por ação, atingindo valores superiores a US$ 2,00 por ação em 2007.

Entretanto, o período compreendido entre 2008 e 2009 apresenta uma retração significativa, com prejuízos pontuais de aproximadamente -US$ 0,57 por ação em 2009. Essa queda pode estar associada a eventos econômicos globais ou a fatores internos que impactaram a rentabilidade, refletindo dificuldades momentâneas. Após esse episódio, há uma recuperação rápida, com retorno aos lucros positivos em 2010, e uma tendência de melhora contínua até 2017, quando o lucro por ação atingiu seu pico de aproximadamente US$ 6,52 em 2020.

Após o pico de 2020, observa-se uma redução nos lucros por ação, embora ainda mantendo-se em patamares elevados em 2021 e 2022. Em 2023, há um aumento moderado no lucro por ação, chegando a cerca de US$ 2,69, indicando uma possível estabilização ou ajuste após os picos. A consolidação de lucros mais elevados ao longo dos anos sugere uma recuperação robusta após períodos adversos.

Quanto aos dividendos por ação, há uma trajetória de crescimento contínuo ao longo do período analisado. Desde valores iniciais de US$ 0,33 em 2005, os dividendos evoluem progressivamente, alcançando US$ 1,45 em 2023. Essa tendência indica uma política de distribuição de dividendos mais consistente e crescente, acompanhando possivelmente a melhora na rentabilidade da companhia ao longo do tempo. Há momentos de aceleração nos dividendos, como a partir de 2014, sugerindo aumento na confiança da gestão na geração de caixa e na sustentabilidade dos pagamentos aos acionistas.

Em resumo, o perfil financeiro evidenciado pelos indicadores aponta para uma recuperação significativa após períodos de dificuldades, com crescimento geral nos lucros por ação e uma política consistente de dividendos. Os picos de lucros e a tendência de aumento nos dividendos refletem uma fase de expansão e fortalecimento financeiro ao longo do período, embora com oscilações que indicam sensibilidade a fatores externos e internos ao negócio.