Estrutura do balanço: passivo e patrimônio líquido
Com base em relatórios: 10-K (Data do relatório: 2024-12-31), 10-K (Data do relatório: 2023-12-31), 10-K (Data do relatório: 2022-12-31), 10-K (Data do relatório: 2021-12-31), 10-K (Data do relatório: 2020-12-31).
Ao analisar a evolução das demonstrações financeiras ao longo dos períodos, observa-se uma tendência de aumento na proporção do patrimônio líquido em relação ao total do passivo e patrimônio líquido, passando de aproximadamente 47,67% em 2020 para 52,77% em 2024. Essa mudança indica uma maior robustez financeira e um fortalecimento do capital próprio ao longo do tempo.
O valor nominal das ações ordinárias, como percentual do total do passivo e patrimônio líquido, permaneceu relativamente constante, mantendo-se em torno de 0,02%. Essa estabilidade sugere que não houve alterações significativas na emissão de novas ações ou reestruturações relacionadas ao capital social.
Por outro lado, as ações em tesouraria, que representam ações adquiridas pela empresa a custo, apresentaram variações substanciais no período. Seu percentual — negativo, refletindo a redução do número de ações em circulação — caiu de -75,53% em 2020 para -57,95% em 2024. Essa tendência pode indicar um programa de recompra de ações ou uma redução na quantidade de ações em circulação, contribuindo para fortalecimento do valor por ação.
- Contas a pagar:
- O percentual do total do passivo e patrimônio líquido aumentou de 4,26% em 2020 para 6,52% em 2022, seguido por uma redução para 4,88% em 2024, indicando uma maior concentração de obrigações de curto prazo em determinados períodos, mas uma tendência de estabilização ao final do período analisado.
- Contas a pagar de partes relacionadas:
- Essa linha apresentou valores bastante baixos e constantes, em torno de 0,03% a 0,05%, refletindo uma relação de curto prazo pouco relevante ou controlada de forma consistente ao longo dos anos.
- Dívida de curto prazo:
- Os percentuais variaram de 0,99% em 2020 para 1,32% em 2021, com uma queda substancial para 0,44% em 2022, e posteriormente aumentaram para aproximadamente 1,12% em 2023, e 0,84% em 2024. Esses movimentos indicam uma gestão de liquidez variável, com redução na dívida de curto prazo em 2022, possivelmente por quitação ou alongamento dos prazos de pagamento.
- Rendimentos acumulados e outros impostos:
- Este item apresentou aumento significativo, de 0,51% em 2020 para 3,4% em 2022, decrescendo para aproximadamente 1,89% em 2023, e se mantendo em torno de 2% em 2024. A elevação até 2022 pode refletir a acumulação de obrigações fiscais, posteriormente equilibradas por pagamentos ou ajustes fiscais.
- Obrigações de benefícios dos empregados e obrigações relacionadas:
- Para esses itens, observou-se uma relativa estabilidade ou leve redução na participação: as obrigações de benefícios dos empregados passaram de cerca de 0,97% em 2020 para 0,89% em 2024, enquanto as obrigações de benefícios de empregados como obrigações acumuladas apresentaram uma diminuição de 2,71% em 2020 para 0,83% em 2024. Esses dados sugerem uma redução na provisão ou necessidade de fundos para esses benefícios ao longo do período.
- Outros acréscimos, impostos diferidos e outros passivos:
- Os outros acréscimos variaram entre 1,22% e 2,5%, mantendo-se relativamente estáveis. Os impostos de renda diferidos tiveram aumento contínuo, de 5,98% em 2020 para 9,31% em 2024, refletindo uma maior relevância dos ativos fiscais diferidos na estrutura de passivos ou uma estratégia de planejamento tributário.
- Passivo circulante e passivo não circulante:
- O passivo circulante como porcentagem do total do passivo e patrimônio líquido cresceu de 8,57% em 2020 para 13,69% em 2022, depois recuando para aproximadamente 9,87% em 2024. Em contrapartida, o passivo não circulante apresentou uma diminuição de 43,76% em 2020 para 35,15% em 2022, e uma posterior elevação para 38,2% em 2023, voltando a 37,35% em 2024. Essa diversificação demonstra uma gestão de maturidades de passivos, equilibrando obrigações de curto e longo prazo.
- Total do passivo:
- Houve uma redução na sua participação relativa, de 52,33% em 2020 para 47,23% em 2024, indicando uma redução na alavancagem financeira ou uma maior ênfase no financiamento próprio.
- Capital superior ao par:
- Esse índice diminuiu de 75,27% em 2020 para aproximadamente 63,14% em 2024, sugerindo uma alteração na composição do capital, com redução na proporção de capital primário em relação ao total do passivo e patrimônio líquido.
- Lucros não distribuídos:
- Os lucros retidos tiveram comportamento variável, de 56,23% em 2020, caindo para 44,86% em 2021, e então aumentando para 61,79% em 2023 antes de recuar para 52,83% em 2024. Essa volatilidade demonstra oscilações na política de distribuição de lucros, possivelmente influenciadas por resultados operacionais e estratégias de reinvestimento.
- Outros destaques:
- As perdas abrangentes acumuladas continuam em um patamar relativamente baixo, indicando que os efeitos de ajustes de valor e outros itens de patrimônio têm impacto limitado nas reservas de lucros acumulados.
De maneira geral, o perfil financeiro revela um movimento de fortalecimento do patrimônio líquido ao longo dos anos, com redução relativa do passivo e mudanças na composição das obrigações de curto e longo prazo. Além disso, há sinais de uma gestão de dívida e de recompra de ações que contribuem para esse fortalecimento patrimonial, bem como ajustes na política de distribuição de lucros e provisões fiscais que refletem uma postura estratégica de equilíbrio financeiro.