Estrutura do balanço: passivo e patrimônio líquido
Com base em relatórios: 10-K (Data do relatório: 2024-12-31), 10-K (Data do relatório: 2023-12-31), 10-K (Data do relatório: 2022-12-31), 10-K (Data do relatório: 2021-12-31), 10-K (Data do relatório: 2020-12-31).
Ao analisar a evolução do quadro patrimonial ao longo dos anos, verifica-se uma crescente participação de instrumentos financeiros e passivos de curto prazo na composição do passivo total até 2023, seguida de uma redução em 2024. Os empréstimos de curto prazo passaram de uma fatia de 1,89% em 2020 para 2,19% em 2021, apresentando uma estabilização próxima a 2% até 2022, antes de uma forte redução para 0,77% em 2023, e uma recuperação para 1,66% em 2024. Essa dinâmica sugere oscilações na demanda por financiamentos de curto prazo ao longo do período.
O item "Contas a pagar" apresentou crescimento ao longo dos anos, passando de 6,5% em 2020 para 9,93% em 2022, com ligeiro recuo para 9,45% em 2023, e posteriormente diminuindo para 6,42% em 2024. Isso indica uma elevação na obrigação de pagar fornecedores até 2022, com tendência à redução em anos recentes.
Já as coleções de progresso, que representam receitas de projetos ou contratos em andamento, tiveram aumento expressivo até 2023, atingindo 11,72%, antes de declinar para 5,44% em 2024. Essa tendência pode refletir a realização de receitas de projetos que estavam em andamento, consolidando seu cumprimento no final de 2023 e início de 2024.
O item "Passivos contratuais e receitas diferidas" apresentou uma redução significativa em 2023, de 1.04% para 0.35%, vindo a subir drasticamente para 7,6% em 2024, indicando provavelmente reconhecimento de obrigações contratuais diferidas ou receitas futuras não imediatamente reconhecidas na receita corrente.
Em relação ao passivo circulante, sua participação aumentou de 22,12% em 2020 para um pico de 31,2% em 2023, antes de recuar para 27,93% em 2024, demonstrando maior concentração de obrigações de curto prazo ao longo do tempo, mas com uma leve diminuição recente.
Observa-se uma tendência de redução na parcela de empréstimos de longo prazo, de 27,73% em 2020 para 15,23% em 2022, seguido por uma recuperação moderada para 14% em 2024. Tais mudanças podem refletir o alongamento ou resgate de financiamentos de longo prazo ao longo do período.
Responsabilidades de seguro e prestações de anuidade apresentaram crescimento expressivo, passando de 16,65% em 2020 para 29,4% em 2024, sinalizando aumento na provisão para obrigações de longo prazo relacionadas a seguros e anuidades.
O item remuneração e benefícios não correntes apresentou redução contínua, de 11,74% em 2020 para 5,71% em 2024, indicando uma diminuição na provisão de benefícios futuros ou obrigações similares.
No segmento de patrimônio líquido, o saldo de lucros não distribuídos cresceu de 36,4% para 65,36% ao longo do período, indicando acumulação de resultados favoráveis não distribuídos aos acionistas. Enquanto isso, as ações ordinárias em tesouraria evidenciaram forte expansão na participação negativa, de -32,34% em 2020 para -66,24% em 2024, refletindo uma diminuição expressiva de ações próprias em tesouraria ou uma estratégia de recompra de ações.
O patrimônio líquido total sofreu variações, de 14,03% em 2020 para 15,71% em 2024, mostrando estabilidade relativa na estrutura de capital, enquanto a participação de outros resultados abrangentes acumulados permaneceu negativa, porém pouco variável, ao redor de -3% ao longo do período.
Por fim, a composição percentual do passivo e do patrimônio líquido revela uma maior concentração de passivos de obrigação de longo prazo e responsabilidades de seguros ao longo do tempo, enquanto a parcela de passivos de curto prazo indica uma tendência de aumento até 2023, seguida de leve redução em 2024, demonstrando gestão de passivos de curto prazo e estratégias de refinanciamento ou alongamento de dívida.