GE Aerospace (NYSE:GE)

O conjunto de dados revela padrões de volatilidade significativa em três indicadores-chave ao longo de 2006 a 2025, com ciclos de valorização acentuados seguidos por quedas expressivas, e com a volatilidade do lucro por ação influenciando parcialmente a percepção de valuation ao longo do tempo. A leitura sugere que os movimentos de preço de mercado são fortemente condicionados por choques macroeconômicos e por mudanças de lucros esperados, mas não seguem de forma linear apenas o desempenho contábil apresentado.

Tendências de preço das ações

Inicialmente, o preço das ações permaneceu em patamares elevados, próximos de 270 EUA$ entre 2006 e 2008. Em 2009 ocorreu uma queda abrupta para 86,88 EUA$, refletindo um choque macroeconômico relevante. A partir de 2010 houve recuperação gradual, com elevações até aproximadamente 240 EUA$ entre 2016 e 2017. Em 2018 e 2019 houve retração acentuada, caindo para aproximadamente 86–116 EUA$, mantendo-se em faixa mais baixa até 2023. Em 2024 houve nova recuperação para cerca de 136,54 EUA$, chegando a 204,11 EUA$ em 2025, sinalizando uma reversão de tendência de curto prazo. Em resumo, observa-se ciclos de alta seguidos por recuos pronunciados, com uma recuperação importante no último trecho da série.

Evolução do EPS

O EPS apresenta volatilidade elevada ao longo do período. Nos anos iniciais, houve valores positivos (2006–2010), porém a partir de 2011 houve séries de resultados negativos, incluindo -5,27 em 2011, -5,73 em 2013 e um pico negativo ainda mais profundo em 2014 (-20,96). Em 2015 houve novo negativo (-4,98) e 2017 (-6,15), com o indicador chegando próximo de zero em 2018 (-0,06). A recuperação ocorreu em 2019 (8,44) e 2020 (6,11), porém os resultados permaneceram voláteis nas décadas seguintes, com 2023 registrando -0,06 e 2025 apresentando 6,11. Em essência, há uma tendência de forte oscilar entre períodos de lucro positivo e significativo, seguidos de períodos de prejuízo, o que complica a leitura de lucros sustentados ao longo do tempo.

Valuation (P/L)

O P/L começou em patamares ao redor de 21,07, com quedas pontuais durante crises (6,62 em 2009). Ao longo de boa parte do período, o múltiplo permaneceu entre aproximadamente 15 e 20, indicando avaliações relativas estáveis quando comparadas aos lucros disponíveis. Ocorreram picos observáveis: 32,22 em 2012 e 33,42 em 2025, refletindo momentos de maior valorização relativa do preço frente ao lucro informado (ou, alternativamente, lucros reportados baixos que elevaram o múltiplo). A série apresenta lacunas em alguns períodos, o que restringe a leitura de uma trajetória contínua de P/L, mas os pontos de pico sugerem episódios de elevação da percepção de valor ou de contração de EPS em relação ao preço de mercado.

Relação entre preço, EPS e P/E

Entre os indicadores, o movimento do preço não é estritamente alinhado ao EPS ao longo de toda a série. Há períodos em que o preço atinge patamares elevados mesmo quando o EPS é negativo ou perde dinamismo, o que sugere que fatores de mercado, expectativas de ganhos futuros ou mudanças de estrutura de custo e receita influenciam o preço de forma relevante. Por exemplo, em 2016 o preço atingiu nível alto apesar de EPS negativo (-5,27), enquanto em 2018-2019 o EPS permanece fortemente negativo ou próximo de zero em alguns momentos, mas o preço ainda registra variações relevantes. Os picos de P/L em 2012, 2017 e 2025 indicam momentos em que a avaliação de mercado esticou-se, possivelmente refletindo expectativas de lucro futuro ou de reequilíbrio de margens, mesmo diante de volatilidade de EPS. A ausência de dados para algumas medições de P/L em certos períodos dificulta uma correlação estável ao longo de toda a linha temporal.

Observações sobre volatilidade e episódios de choque

Os dados indicam episódios de choque externo com impactos marcantes no preço das ações (queda acentuada em 2009) e variações significativas na lucratividade (períodos com EPS fortemente negativo). A recuperação entre 2010 e 2017 sugere fases de melhoria de condições ou de ajustes operacionais, seguidas por novas oscilações entre 2018 e 2023, antes de uma recuperação mais recente em 2024–2025. A volatilidade do EPS amplia a incerteza sobre a lucratividade sustentável, o que reforça a importância de considerar também fluxos de caixa, margens operacionais e fatores de financiamento para entender a dinâmica de avaliação observada no mercado. A lacuna de dados em alguns períodos de P/L reforça a necessidade de cautela na interpretação de tendências de avaliação em toda a extensão temporal.