Salesforce Inc. (NYSE:CRM)

Ao analisar os dados financeiros, observa-se uma tendência de crescimento ao longo do período de oito anos, com ciclos de variações significativas em determinados momentos.

O lucro líquido apresenta uma forte volatilidade, evidenciando períodos de prejuízos pontuais e momentos de significativo lucro. Destaca-se uma recuperação após um prejuízo de -248 milhões de dólares no primeiro trimestre de 2020, atingindo picos notáveis em alguns trimestres seguintes, chegando a mais de 1500 milhões de dólares, indicando uma trajetória de melhora na rentabilidade operacional.

As despesas de depreciação e amortização tendem a aumentar ao longo do tempo, refletindo possivelmente um incremento nos ativos intangíveis e físicos que a entidade possui. Notou-se um pico particular de 1254 milhões de dólares no terceiro trimestre de 2022, seguindo uma tendência geral de aumento.

As despesas com compensação baseada em ações oscilam, mas mostram tendência de incremento em alguns períodos, especialmente na segunda metade do período analisado, sugerindo uma maior utilização de planos de incentivos em ações, o que pode impactar a alocação de recursos à remuneração variável dos colaboradores.

Há uma presença pontual de perdas na liquidação de contratos de revenda ligados à Salesforce.org, embora em alguns períodos essa linha seja ausente, o que indica eventos pontuais que podem ter impacto relevante, mas de curta duração.

Os ganhos ou perdas em investimentos estratégicos demonstra uma forte variabilidade. Foram observados ganhos significativos em alguns trimestres, por exemplo, em 2022, indicando que a entidade pode estar aproveitando oportunidades de investimentos para obter ganhos de capital, enquanto outros períodos exibiram perdas que equilibaram parcialmente esses resultados.

O ativo de contas a receber líquidas evidencia alta volatilidade, com períodos de grandes saldos negativos, especialmente em 2020, período de impacto da pandemia da COVID-19. Nos anos seguintes, houve recuperação e aumento de contas a receber, sugerindo crescimento na receita, embora com instabilidades pontuais.

Os custos capitalizados de obtenção de receita relacionam-se positivamente ao aumento dos custos de despesas para contratos, indicando uma estratégia de capitalização de despesas para certos contratos, acompanhando a evolução dos resultados de receita. Os valores variam bastante, refletindo mudanças na estratégia de capitalização ao longo do tempo.

Os ativos e passivos circulantes, incluindo contas a pagar e despesas acumuladas, apresentam movimentos consideráveis, com altos picos e baixa estabilização, refletindo a gestão do ciclo de caixa, que parece importar na estratégia de liquidez da entidade.

O passivo de arrendamento operacional mantém valores relativamente estáveis ao longo do tempo, indicando uma política de arrendamento de curto ou longo prazo, sem variações abruptas.

As receitas não auferidas exibem grande volatilidade, com picos expressivos em alguns trimestres, como no quarto trimestre de 2020, refletindo uma possível variação temporal na contabilização de receitas ou eventos específicos de reconhecimento de receita diferida.

As variações líquidas de ativos e passivos, de acordo com as operações, mostram grande impacto na liquidez, tendo momentos de forte alta, como em alguns períodos de 2020, influenciando na posição de caixa.

Os ajustes de conciliação do lucro líquido com o caixa operacional são expressivos, indicando uma alta dependência de ajustes contábeis e de valor não caixa para refletir a geração de caixa da atividade operacional, com picos específicos sinalizando alterações significativas nesta linha.

O caixa líquido fornecido por atividades operacionais demonstra uma trajetória de crescimento, atingindo valores mais elevados ao final do período, embora alguns trimestres apresentem declínio devido a variações na gestão do capital de giro ou em itens de natureza não operacional.

Nos investimentos, há uma forte presença de saídas de caixa relacionadas a compras de títulos, valores mobiliários e investimentos estratégicos, muitas vezes superiores às entradas geradas por vendas de ativos, o que pode indicar uma estratégia de investimento agressiva, especialmente em 2020 e 2021.

Os fluxos de caixa de financiamento mostram grande volatilidade, significativamente influenciados por operações de recompra de ações e pagamento de dívidas. Destaca-se o impacto de recompras de ações e pagamento de dividendos, com períodos de alto desembolso coincidindo com iniciativas de retorno de valor aos acionistas.

O aumento ou redução líquida de caixa evidencia oscilações relevantes, com alguns períodos de forte geração de caixa, outros de forte saída, especialmente na segunda metade de 2022 e início de 2023, refletindo possíveis estratégias de refinanciamento ou recompras mais intensas.

Por fim, as variações cambiais, embora pontualmente significativas, não apresentam uma tendência clara, indicando que a entidade possui exposição cambial que impacta ocasionalmente seus resultados financeiros ao longo do período.