Marathon Petroleum Corp. (NYSE:MPC)

Análise dos dados financeiros anualizados

Vendas e outras receitas operacionais

No período analisado, observa-se uma tendência geral de crescimento nas receitas operacionais. Após um aumento consistente de 2011 a 2013, com a receita crescendo de US$ 78.638 milhões para US$ 100.160 milhões, houve uma queda em 2014, seguida por um período de estabilidade com ligeiras oscilações. A partir de 2016, até 2019, há sinais de recuperação, culminando em um recorde de US$ 177.453 milhões em 2023, o que indica uma expansão significativa e sustentada na geração de receitas ao longo dos anos.

Entre 2019 e 2020, houve uma redução acentuada, de aproximadamente US$ 124 bilhões para cerca de US$ 69,8 bilhões, refletindo possivelmente impactos de fatores externos ou internos. No entanto, o crescimento retomado a partir de 2020 até 2023 demonstra uma recuperação robusta, ultrapassando o valor anterior de 2019.

Resultado (prejuízo) das operações

O resultado operacional apresenta estabilidade e crescimento entre 2011 e 2014, com valores variando entre US$ 3.425 milhões e US$ 5.576 milhões. Em 2015 a receita operacional aumentou moderadamente, seguida de uma queda até 2016, com um resultado de US$ 2.378 milhões. Nos anos seguintes, há uma retomada do resultado operacional, atingindo US$ 5.571 milhões em 2018. Após 2018, o desempenho torna-se mais volátil, culminando em um prejuízo de US$ 12.247 milhões em 2020, provavelmente devido a efeitos de eventos extraordinários ou fatores de mercado adversos.

Desde então, há uma recuperação significativa, com resultados positivos e crescentes chegando a US$ 14.514 milhões em 2023. Este crescimento sugere uma melhora na eficiência operacional ou uma recuperação dos fatores que impactaram negativamente o resultado em 2020.

Lucro líquido (prejuízo) atribuível à MPC

O lucro líquido apresenta padrão compatível com o resultado operacional, com períodos de crescimento e momentos de queda. Entre 2011 e 2014, houve incremento no lucro, chegando a US$ 2.524 milhões em 2014. Em 2015, o lucro aumentou moderadamente, mas em 2016 houve uma significativa redução, resultando em um lucro de US$ 1.174 milhões. A partir de 2017, o lucro voltou a subir, atingindo US$ 3.432 milhões.

O ponto mais marcante ocorre em 2020, quando há um prejuízo de US$ 9.826 milhões, reflexo de uma forte desvalorização ou impactos de eventos imprevisíveis. Este prejuízo redução aos poucos nos anos seguintes, com retorno ao lucro de US$ 9.738 milhões em 2021 e crescimento contínuo até 2023, atingindo US$ 9.681 milhões. Este padrão indica uma forte recuperação de sua lucratividade após um período de adversidade.

Ativo circulante

Houve uma tendência geral de aumento no valor do ativo circulante ao longo do período analisado. Entre 2011 e 2015, os valores apresentaram variações moderadas, até atingir pouco mais de US$ 9.471 milhões em 2015. A partir de 2016, ocorreu um crescimento mais expressivo, culminando em um pico de US$ 35.242 milhões em 2023, indicando uma ampliação significativa na liquidez de curto prazo da empresa ao longo dos anos. Este aumento pode refletir estratégias de gestão de caixa, aumento nos estoques ou crescimento nas contas a receber, embora detalhes específicos não estejam disponíveis.

Ativos totais

Observa-se uma tendência de crescimento constante nos ativos totais até 2018, atingindo quase US$ 93 bilhões. Após esse pico, houve uma redução acentuada em 2019, seguida por estabilidade em torno de US$ 85 bilhões em 2020 e 2021. A partir de 2022, ocorreu um leve aumento até alcançar aproximadamente US$ 86 bilhões em 2022, seguido por uma redução em 2023 para aproximadamente US$ 86 bilhões. A variação no patrimônio total pode estar relacionada a fatores como depreciação, reavaliações de ativos ou mudanças na gestão do capital. O crescimento até 2018 indica expansão e aquisição de ativos, enquanto a estabilização posterior sugere uma fase de maturidade ou consolidação do ativo total.

Ao analisar os dados financeiros ao longo do período de 2011 a 2023, observa-se uma tendência de crescimento no passivo circulante, que variou de US$ 9.591 milhões em 2011 para US$ 20.150 milhões em 2023. Esse aumento indica uma ampliação nas obrigações de curto prazo da empresa ao longo dos anos.

O total do passivo apresentou uma trajetória de aumento, crescendo de US$ 16.240 milhões em 2011 para um pico de US$ 55.449 milhões em 2018, embora tenha apresentado uma leve redução posteriormente, encerrando em US$ 54.588 milhões em 2023. Essa evolução sugere maior endividamento total da empresa ao longo do tempo, com um incremento notável especialmente a partir de 2014, possivelmente refletindo estratégias de financiamento ou expansão.

O endividamento total também se mostrou em expansão, passando de US$ 3.307 milhões em 2011 para US$ 27.283 milhões em 2023, indicando uma maior dependência de fontes de financiamento externas ao longo dos anos. Houve um aumento acentuado a partir de 2014, atingindo um pico em 2018, após o qual se estabilizou parcialmente, refletindo possíveis consolidações na estratégia de alavancagem financeira.

O patrimônio líquido da empresa apresentou um crescimento expressivo até 2018, passando de US$ 9.505 milhões em 2011 para US$ 35.175 milhões em 2018, marcando uma fase de forte valorização patrimonial. Contudo, a partir de 2019, houve uma redução subsequente, culminando em US$ 24.404 milhões em 2023, o que pode indicar perdas acumuladas, distribuição de dividendos ou outros fatores que impactaram o valor do patrimônio líquido.

De maneira geral, o período de análise revela uma ampliação do endividamento e do passivo, acompanhado por um crescimento substancial do patrimônio líquido até 2018. Após esse pico, observam-se sinais de ajustes na estrutura financeira, possivelmente relacionados a mudanças na estratégia ou no cenário econômico, refletidos na estabilização ou redução do patrimônio líquido e na manutenção dos níveis de endividamento.

Ao analisar os dados financeiros ao longo do período de 2011 a 2023, observa-se uma trajetória relevante na geração de caixa pelas atividades operacionais, indicando uma melhora constante ao longo do tempo. A quantidade de caixa líquido fornecida pelas operações aumentou consideravelmente, especialmente após 2017, atingindo um pico de 16.319 milhões de dólares em 2023, sugerindo uma capacidade crescente de geração de caixa operacional ao longo dos anos.

Por outro lado, as atividades de investimento apresentaram um padrão de saídas de caixa persistentes, refletindo investimentos contínuos na expansão, aquisição ou manutenção de ativos. A maior saída ocorreu em 2018, com -7.670 milhões de dólares, e o montante total de saídas de caixa nesse período também evidenciou altos valores, incluindo vários anos com saídas superiores a 2.000 milhões de dólares. Em 2023, há uma reversão clara, com uma entrada de caixa de 623 milhões de dólares, indicando uma possível venda de ativos ou desinvestimentos que contribuíram positivamente para o fluxo de caixa.

Quanto às atividades de financiamento, os dados revelam uma forte tendência de saídas de caixa ao longo de praticamente toda a série histórica. Essa saída contínua indica o pagamento de dívidas, recompra de ações, pagamento de dividendos ou outras atividades de financiamento que resultaram em remessas de recursos aos investidores ou credores. Os maiores desembolsos ocorreram em 2022 e 2023, com valores de aproximadamente -13.647 e -14.207 milhões de dólares, respectivamente, sugerindo uma estratégia de redução de endividamento ou distribuição de recursos aos acionistas nesse período.

De modo geral, a análise evidencia uma melhora na geração de caixa operacional, o que é favorável para a sustentabilidade financeira, embora as atividades de investimento e financiamento tenham apresentado saídas consideráveis, sinalizando uma estratégia de reforço de liquidez, financiamento de atividades de expansão ou recompra de ações. A reversão dos fluxos de investimento em 2023, com entrada de caixa, também aponta para possíveis desinvestimentos ou ajuste na estratégia de alocação de recursos.

Ao analisar as tendências ao longo do período de dez anos, observa-se que o lucro básico e diluído por ação apresentaram variações significativas, refletindo flutuações na performance financeira da empresa. Entre 2011 e 2014, esses indicadores mostraram crescimento relativamente estável, com valores moderados, indicando uma fase de estabilidade ou crescimento controlado.

De 2015 a 2018, houve um aumento consistente no lucro por ação, atingindo picos em 2017 e 2018, sugerindo um período de desempenho relativamente forte. No entanto, em 2019, houve uma redução substancial, marcando uma queda considerável que permaneceu negativa em 2020, evidenciando um impacto financeiro adverso durante esse período. A partir de 2021, o lucro por ação recuperou-se rapidamente, atingindo valores expressivos até 2022, antes de uma ligeira queda em 2023, porém mantendo-se em patamares altos comparativamente ao início da análise.

Quanto ao dividendo por ação, há uma tendência de crescimento ao longo de todo o período, embora de forma moderada. Essa evolução sugere que a empresa manteve um compromisso de distribuir dividendos aos acionistas de forma crescente, mesmo em anos de maior volatilidade nos lucros. Em 2011, o dividendo por ação era relativamente baixo, porém aumentou constantemente ao longo dos anos seguintes, chegando a mais de três dólares em 2023.

Em síntese, a empresa apresentou crescimento de lucros e dividendos em geral, apesar de enfrentar um período de redução significativa nos lucros em 2019 e parte de 2020, possivelmente relacionado a eventos externos ou internos que impactaram sua lucratividade. O comportamento dos dividendos indica uma estratégia de remuneração consistente e crescente aos seus acionistas ao longo do tempo.