Oracle Corp. (NYSE:ORCL)

Ao analisar os índices de liquidez ao longo do período, observa-se que o índice de liquidez corrente apresentou flutuações, com picos em determinados períodos, como maio de 2020 (3,03) e novembro de 2020 (2,17), indicando períodos de maior capacidade de cobertura das obrigações de curto prazo com ativos circulantes. No entanto, após esses picos, verificou-se uma tendência de declínio, chegando a valores próximos a 0,62 em novembro de 2024, o que sugere uma redução na liquidez geral ao longo do tempo.

O índice de liquidez rápida, que exclui estoques do cálculo, também apresentou variações similares, incluindo aumentos consideráveis como em maio de 2020 (2,83) e novembro de 2020 (2,02), antes de uma tendência de diminuição. Apesar disso, em alguns períodos recentes, como maio de 2024, observou-se recuperação para valores próximos de 0,87, indicando alguma melhora na liquidez imediata, embora o índice ainda seja inferior ao registrado em períodos anteriores.

Já o índice de liquidez de caixa, que considera apenas os recursos imediatamente disponíveis, apresentou uma tendência mais acentuada de declínio ao longo do tempo. Após picos ocasionais, por exemplo em maio de 2020 (2,5), houve uma redução contínua, chegando a valores inferiores a 0,3 em novembro de 2024 e fevereiro de 2025. Essas quedas refletem uma diminuição na capacidade de cobrir obrigações de curto prazo com recursos de caixa, o que pode indicar uma redução na disponibilidade de recursos líquidos em períodos recentes.

De modo geral, os dados revelam uma deterioração das condições de liquidez ao longo do período, com quedas mais acentuadas nos índices de liquidez rápida e de caixa. Essa tendência sugere que a empresa pode estar enfrentando desafios na manutenção de recursos líquidos suficientes para atender às suas obrigações de curto prazo, podendo indicar uma necessidade de melhorias na gestão de caixa e ativos circulantes para garantir maior estabilidade financeira futura.

A análise dos dados financeiros trimestrais revela diversas tendências ao longo do período considerado.

Ativo circulante

Houve um crescimento geral no valor do ativo circulante, que passou de US$ 42.384 milhões em agosto de 2019 para US$ 46.634 milhões em agosto de 2025, indicando uma expansão na liquidez de curto prazo da empresa. Apesar de pequenas oscilações, especialmente entre 2019 e 2020, há uma tendência de aumento ao longo do tempo, refletindo provável aumento de recursos disponíveis e maior capacidade de atender às obrigações no curto prazo.

Passivo circulante

O passivo circulante apresentou variações mais acentuadas, refletindo momentos de aumento de dívidas de curto prazo. Notavelmente, houve um aumento significativo em novembro de 2021, atingindo US$ 34.819 milhões, principalmente devido a um pico em maio de 2022, com US$ 32.843 milhões, e posteriormente uma redução até fevereiro de 2023. A partir de então, observa-se uma tendência de crescimento em 2024 e 2025, chegando a US$ 39.874 milhões em agosto de 2025. Essas oscilações indicam períodos de maior endividamento de curto prazo, possivelmente relacionados a estratégias de gestão de liquidez ou de financiamento.

Índice de liquidez corrente

Este indicador evidencia a capacidade de cobertura do passivo circulante com os ativos líquidos disponíveis. Em agosto de 2019, apresentava-se em 2,25, indicando que os ativos circulantes eram mais que suficientes para cobrir as obrigações de curto prazo. Desde então, o índice passou por oscilações, atingindo o pico de 3,03 em maio de 2020, e posteriormente uma tendência de redução. Nos últimos períodos, observa-se uma deterioração dessa relação, chegando a 0,62 em fevereiro de 2025, indicando uma situação em que os ativos líquidos não estavam mais suficientes para cobrir totalmente o passivo circulante, o que sugere uma possível necessidade de revisões na gestão da liquidez ou uma mudança na composição dos ativos circulantes.

Ao longo do período analisado, observa-se um padrão de variações no total de ativos rápidos, inicialmente com níveis relativamente elevados, por volta de US$ 39.524 milhões em agosto de 2019, seguido por uma tendência de depreciação até o final de 2020, atingindo valores próximos a US$ 13.547 milhões em novembro de 2020. A partir de então, há uma recuperação gradual, com os ativos rápidos apresentando crescimento contínuo até o final de 2024, atingindo cifras próximas de US$ 19.848 milhões. Essa trajetória indica uma melhora na liquidez de curto prazo, refletida na diminuição de ativos líquidos disponíveis para operações financeiras em determinados períodos, mas também uma tendência de recuperação na segunda metade do período analisado.

O passivo circulante revelou uma tendência de aumento ao longo do tempo, começando em US$ 18.875 milhões em agosto de 2019 e atingindo picos de aproximadamente US$ 39.874 milhões no final de 2024. Apesar de oscilações, a tendência de crescimento do passivo de curto prazo indica uma possível ampliação das obrigações financeiras de curto prazo da entidade, o que deve ser monitorado em relação à capacidade da mesma de manter sua liquidez.

O índice de liquidez rápida apresentou uma variação significativa durante o período, refletindo as mudanças na capacidade de quitar as obrigações de curto prazo com os ativos líquidos disponíveis. Nos primeiros anos, o índice ficou acima de 2, indicando uma posição confortável de liquidez. No entanto, em alguns momentos, como no final de 2020, o índice despencou para 0,49, sinalizando uma redução na liquidez rápida. A recuperação subsequente até o final de 2024 demonstra melhora na relação entre ativos líquidos e passivos de curto prazo, embora em níveis mais baixos comparados ao início do período, sugerindo uma experiência de maior intensidade de ativos líquidos em determinados períodos e possíveis dificuldades temporárias de liquidez em outros.

De modo geral, o período revela uma trajetória de variações na liquidez, com momentos de reforço e de retração. A melhora no final do período analisado sugere uma gestão de ativos líquidos mais eficiente, mesmo que os níveis de passivos de curto prazo continuem elevados. O comportamento dos indicadores indica que, embora haja melhorias, a liquidez da entidade mantém-se sensível às oscilações de mercado e às estratégias financeiras adotadas durante esse período.

Ao longo do período analisado, observa-se uma variação significativa na liquidez de caixa, refletida pelo índice de liquidez de caixa, que apresenta uma trajetória de alta e baixa ao longo dos trimestres.

Total de ativos de caixa

O total de ativos de caixa iniciou em torno de US$ 35,7 bilhões em agosto de 2019, apresentando uma queda acentuada até fevereiro de 2020, momento em que atingiu aproximadamente US$ 25,8 bilhões. Em seguida, houve um aumento expressivo até maio de 2020, chegando a US$ 43 bilhões, seguido por estabilidade e crescimento moderado até o final de 2022. A partir desse ponto, o valor de caixa permanece relativamente elevado, variando acima de US$ 11 bilhões, com picos até aproximadamente US$ 17,8 bilhões em fevereiro de 2023. Para o restante do período, mantém-se em níveis elevados, indicando uma gestão consistente da liquidez de caixa ao longo do tempo.

Passivo circulante

O passivo circulante apresentou um aumento contínuo durante o período. Em agosto de 2019, estava em torno de US$ 18,9 bilhões, crescendo até US$ 43,8 bilhões em maio de 2020, período em que atingiu o ponto mais elevado. Após esse pico, ocorreram flutuações, com uma redução até o início de 2021, seguida de novos aumentos, atingindo mais de US$ 39,8 bilhões em maio de 2022. Este crescimento sustentado indica uma maior obrigação de curto prazo, o que pode impactar a liquidez da empresa.

Índice de liquidez de caixa

O índice reflete uma relativa vulnerabilidade nos primeiros períodos, atingindo 1,89 em agosto de 2019. Contudo, houve uma queda acentuada a partir de novembro de 2019 até fevereiro de 2020, atingindo 1,12, e posteriormente caindo ainda mais para valores bastante baixos, próximos de 0,27 em maio de 2020. O índice permaneceu baixo durante grande parte de 2020, sugerindo que os ativos de caixa estavam insuficientes para cobrir o passivo circulante nesta fase.

Na segunda metade de 2020 e durante 2021, observou-se uma recuperação gradual do índice, chegando a torno de 0,48 em agosto de 2021. Ainda assim, os valores permanecem abaixo de 1, indicando uma necessidade de melhorias na liquidez de caixa para garantir maior segurança financeira. Somente a partir de meados de 2022, o índice começa a subir novamente, atingindo valores próximos de 0,6 em anos posteriores, o que sugere uma melhora moderada na liquidez relativa, embora ainda não seja evidente uma maior folga financeira em relação ao passivo circulante.