Carnival Corp. & plc (NYSE:CCL)

O análise dos indicadores de liquidez demonstra uma tendência de deterioração ao longo do período de análise. O índice de liquidez corrente apresentava valores bastante baixos em 2018 e 2019, respectivamente 0,24 e 0,23, indicando uma posição de liquidez insatisfatória, porém com melhora significativa em 2020, atingindo 1,22, o que sugere uma melhora na capacidade de cobrir obrigações de curto prazo com ativos circulantes. Entretanto, a partir de 2021, esse índice voltou a declinar, fechando em 0,97 e posteriormente em 2022 e 2023 com valores de 0,71 e 0,46, indicando uma tendência de deterioração contínua na liquidez geral da empresa.

De modo semelhante, o índice de liquidez rápida também revela uma melhora inesperada em 2020, alcançando 1,13, superando o nível de 1 considerado adequado para uma sólida liquidez. Contudo, após esse ponto de pico, observa-se uma queda constante, passando de 0,11 em 2019 para 0,06, e atingindo 0,26 em 2023, com uma recuperação modesta na última análise, embora ainda em níveis abaixo do padrão ideal. Essa diminuição sugere uma redução na capacidade de liquidar rapidamente ativos em relação às obrigações de curto prazo, indicando possível aumento de risco de liquidez.

O índice de liquidez de caixa reflete uma tendência semelhante: valores baixos em 2018 e 2019, respectivamente 0,11 e 0,06, indicam restrição na disponibilidade de recursos líquidos para cobrir obrigações imediatas. Houve uma melhora significativa em 2020, atingindo 1,1, que sugere uma melhora na gestão de caixa. Contudo, esse índice também sofreu uma redução contínua a partir de 2021, chegando a 0,88 em 2022 e a 0,21 em 2023, demonstrando que a disponibilidade de caixa suficiente para garantir o cumprimento de obrigações de curto prazo vem se reduzindo ao longo do tempo.

No geral, a análise dos indicadores de liquidez revela uma forte deterioração da posição financeira em relação à capacidade de atender às obrigações de curto prazo. Os picos em 2020 mostram que houve melhora na gestão de liquidez durante o período mais crítico da pandemia, porém, a tendência de declínio subsequentemente observada sugere desafios crescentes na gestão de recursos líquidos, o que pode impactar a solvência de curto prazo e exigir ações de reforço na administração de ativos e passivos circulantes.

Ativo circulante

Houve uma variação significativa nos ativos circulantes ao longo do período analisado. Em 2018, o valor estava em aproximadamente US$ 2.225 milhões, apresentando uma leve redução em 2019 para cerca de US$ 2.059 milhões. A partir de 2020, houve um aumento acentuado, atingindo aproximadamente US$ 10.563 milhões, provavelmente refletindo uma expansão operacional ou aumento de liquidez. Contudo, essa quantidade reduziu novamente em 2021 para cerca de US$ 10.133 milhões, e posteriormente apresentou uma queda contínua nas datas mais recentes, chegando a aproximadamente US$ 5.266 milhões em 2023. Essa tendência indica uma redução progressiva na disponibilidade de ativos circulantes na última parte do período avaliado.

Passivo circulante

No caso do passivo circulante, observou-se uma estabilidade relativa, com valores próximos de US$ 9.204 milhões em 2018, e uma leve diminuição até 2020, atingindo aproximadamente US$ 8.686 milhões. A partir de então, houve um aumento contínuo, chegando a US$ 10.408 milhões em 2021, e mantendo essa tendência de incremento até 2023, com aproximadamente US$ 11.481 milhões. Os dados indicam uma elevação constante do passivo circulante ao longo do período, refletindo possíveis aumentos no endividamento de curto prazo ou obrigações financeiras de curto prazo.

Índice de liquidez corrente

O índice de liquidez corrente apresentou uma deterioração acentuada ao longo do período. Em 2018, o rácio era de 0.24, e permaneceu praticamente estável em 2019, em torno de 0.23. A partir de 2020, ocorreu um aumento expressivo para 1.22, indicando uma melhora na capacidade de pagamento de obrigações de curto prazo, possivelmente relacionada ao crescimento dos ativos circulantes ou redução das obrigações. No entanto, esse índice começou a declinar em 2021, caindo para 0.97, e continuou essa tendência de queda nas datas seguintes, chegando a apenas 0.46 em 2023. Essa redução acentuada sugere uma redução na liquidez disponível de curto prazo, potencialmente decorrente do aumento do passivo ou da redução dos ativos circulantes, prejudicando a capacidade de a empresa cumprir suas obrigações imediatas.

A análise da evolução dos principais indicadores financeiros revela padrões relevantes ao longo do período de cinco anos.

Total de ativos rápidos

Observa-se uma tendência de crescimento substancial até 2020, com um aumento expressivo de 1.340 milhões de dólares em 2018 para 9.786 milhões em 2020. Após esse pico, há uma redução significativa em 2021, seguida de novas diminuições, chegando a 2.982 milhões em 2023. Essa variação sugere uma significativa mudança na composição dos ativos líquidos em relação ao curto prazo, indicando possível vendas de ativos ou mudanças na gestão de liquidez.

Passivo circulante

O passivo circulante apresentou estabilidade relativamente elevada até 2020, em torno de 8.600 a 9.200 milhões de dólares. A partir de 2021, há um aumento contínuo, atingindo 11.481 milhões de dólares em 2023. Essa elevação indica um aumento na dívida de curto prazo ou obrigações que podem impactar a liquidez da empresa, requerendo atenção na gestão de seus passivos de curto prazo.

Índice de liquidez rápida

O índice de liquidez rápida demonstra uma tendência de melhora até 2020, atingindo um pico de 1.13, indicando maior capacidade de cobertura dos passivos imediatos pelos seus ativos líquidos. Contudo, após esse período, há uma deterioração constante, chegando a 0.26 em 2023. Essa redução revela um enfraquecimento na liquidez de curto prazo, possivelmente devido à diminuição dos ativos rápidos ou ao aumento dos passivos circulantes, o que pode comprometer a capacidade de honrar obrigações de curto prazo de forma eficiente.

Total de ativos de caixa

Ao longo do período analisado, houve variações substanciais nos ativos de caixa, revelando flutuações na liquidez da empresa. Em 2018, os ativos de caixa estavam em US$ 982 milhões, apresentando uma diminuição até 2019, atingindo US$ 518 milhões. Posteriormente, ocorreu um crescimento acentuado até 2020, com o valor alcançando US$ 9.513 milhões, seguido de uma expansão significativa até 2021, chegando a US$ 9.153 milhões. Após esse pico, os ativos de caixa sofreram uma redução em 2022, situando-se em US$ 6.017 milhões, e novamente diminuíram até 2023, chegando a US$ 2.426 milhões. Essa sequência demonstra uma forte oscilação na disponibilidade de liquidez de curto prazo ao longo do período, indicando possíveis ajustes na gestão de recursos ou impacto de fatores externos.

Passivo circulante

O passivo circulante apresentou uma tendência de crescimento geral no período enunciado. Em 2018, o valor era de US$ 9.204 milhões, permanecendo relativamente estável em 2019 com US$ 9.127 milhões. Houve uma redução em 2020, atingindo US$ 8.686 milhões, mas posteriormente, o passivo voltou a crescer robustamente, alcançando US$ 10.408 milhões em 2021 e ultrapassando US$ 11.400 milhões em 2022 e 2023, com US$ 11.481 milhões. Tal comportamento indica aumento da obrigação de curto prazo, possivelmente refletindo expansão das operações ou gestão de dívidas de curto prazo em resposta às condições de mercado ou estratégias corporativas.

Índice de liquidez de caixa

O índice de liquidez de caixa aponta a capacidade de a empresa cobrir suas obrigações de curto prazo com seus ativos de caixa. Entre 2018 e 2019, houve uma forte redução, passando de 0,11 para 0,06, refletindo uma deterioração na liquidez de caixa. Em 2020, houve uma recuperação expressiva, com o índice atingindo 1,1, indicando uma melhora significativa na liquidez. No entanto, a partir de 2021, o índice sofreu declínios consecutivos, chegando a 0,88, 0,57 e, finalmente, 0,21 em 2023. Essa tendência sugere uma deterioração contínua na capacidade de a empresa assegurar suas obrigações de curto prazo exclusivamente com seus ativos de caixa, reforçando a necessidade de análise mais aprofundada na gestão de liquidez.