Estrutura do balanço: passivo e patrimônio líquido
Com base em relatórios: 10-K (Data do relatório: 2023-11-30), 10-K (Data do relatório: 2022-11-30), 10-K (Data do relatório: 2021-11-30), 10-K (Data do relatório: 2020-11-30), 10-K (Data do relatório: 2019-11-30), 10-K (Data do relatório: 2018-11-30).
Ao analisar a evolução dos indicadores financeiros ao longo dos períodos considerados, observa-se uma tendência de aumento no percentual do passivo total e do patrimônio líquido representado por dívidas de longo prazo, especialmente a dívida de longo prazo, excluindo parcela corrente, que passou de 18,62% em 2018 para aproximadamente 58% em 2023. Essa elevação indica uma estratégia de financiamento mais dependente de empréstimos de longo prazo, refletindo possivelmente uma busca por maior alavancagem financeira para sustentar operações ou investimentos de maior escala.
Parcela atual da dívida de longo prazo apresentou uma leve variação, mantendo-se ao redor de 3,5% até 2021, com incremento para 4,25% em 2023, sugerindo uma estabilidade relativa na administração do endividamento de longo prazo, embora com um pequeno aumento na parcela corrente ao longo do tempo. Os empréstimos de curto prazo apresentaram redução expressiva de quase 2 pontos percentuais entre 2018 e 2022, chegando a valores próximos de 0,39%, indicando uma diminuição do uso de créditos de curto prazo na estrutura de financiamento.
Os passivos circulantes, incluindo contas a pagar e depósitos de clientes, evidenciaram um crescimento como porcentagem do passivo e do patrimônio total, atingindo 23,37% em 2023, indicando uma maior concentração de obrigações de curto prazo no passivo total. Destaca-se também o aumento nos depósitos de clientes, que passaram de cerca de 10,37% em 2018 para 12,36% em 2023, refletindo maior captação de recursos junto a clientes ou uma gestão de liquidez que demanda maior provisão de depósitos.
Outros passivos, como passivos acumulados e outros passivos de longo prazo, também cresceram proporcionalmente ao passivo total, reforçando uma estrutura de passivos mais robusta e mais alavancada ao longo do período.
Por outro lado, o patrimônio líquido passou por uma redução significativa, passando de aproximadamente 57,65% em 2018 para 14% em 2023. Notavelmente, as ações ordinárias da companhia representaram uma parcela constante e mínima do passivo total, enquanto as ações em tesouraria, com valor negativo de cerca de 17% em 2023, evidenciam um aumento na recompra ou retenção de ações pela empresa. Os lucros não distribuídos declinaram drasticamente, de quase 60% em 2018 para menos de 1% em 2023, indicando possível distribuição de lucros ou absorção dessas reservas por outras contingências.
Os resultados revelam uma mudança na composição do patrimônio, marcada por diminuição de lucros retidos e aumento do capital adicional realizado, refletindo possíveis novas emissões de ações ou aportes de capital adicional para sustentar a alavancagem crescente.
Finalmente, as perdas abrangentes acumuladas (AOCI) e ações em tesouraria demonstraram aumento em seu percentual do passivo total, evidenciando maior impacto de perdas acumuladas e recompras de ações ao longo do período. Essa combinação de fatores aponta para um perfil financeiro mais dependente de endividamento de longo prazo, com redução significativa no patrimônio líquido, e uma gestão de liquidez que tem enfatizado a captação e o uso de recursos de terceiros em detrimento do apuro de recursos próprios.