Carnival Corp. & plc (NYSE:CCL)

Ao analisar as tendências do fluxo de caixa líquido fornecido pelas atividades operacionais ao longo dos anos, observa-se que houve uma relativa estabilidade de 2018 até 2019, com valores próximos de US$ 5,5 bilhões. Em 2020, contudo, esse indicador sofreu uma significativa queda, atingindo a faixa de US$ -6,3 bilhões, indicando uma forte deterioração na capacidade de geração de caixa operacional, provavelmente decorrente de impactos adversos no setor de atuação. Essa tendência de deterioração permaneceu em 2021 e 2022, com fluxos negativos de aproximadamente US$ -4,1 bilhões e US$ -1,7 bilhão, respectivamente, evidenciando dificuldades contínuas na operação. Em 2023, há uma reversão dessa situação, com fluxo de caixa operacional positivo de cerca de US$ 4,3 bilhões, indicando melhora substancial na geração de caixa proveniente das atividades operacionais.

De modo semelhante, o fluxo de caixa livre para a empresa também apresentou comportamento bastante volátil. Entre 2018 e 2019, o fluxo foi positivo, registrando US$ 2,0 bilhões e US$ 0,25 bilhão, respectivamente. A partir de 2020, essa métrica experimentou uma queda acentuada, atingindo valores negativos de aproximadamente US$ -9,2 bilhões em 2020, US$ -6,3 bilhões em 2021 e US$ -5,2 bilhões em 2022. Essas perdas indicam que os desembolsos de caixa para investimentos e outras atividades não-operacionais superaram as receitas geradas pelas operações. Em 2023, observa-se uma recuperação, com o fluxo de caixa livre retornando a uma posição positiva de cerca de US$ 3,5 bilhões, refletindo uma melhora na capacidade de gerar caixa após um período de dificuldades significativas.

De modo geral, os dados revelam um cenário de crise financeira em 2020 e 2021, evidenciado pelas cifras negativas de ambos os indicadores. O padrão sugere que fatores externos, tais como a pandemia de COVID-19 e suas consequências, tiveram impacto negativo substancial na saúde financeira, com uma subsequente recuperação em 2023, possivelmente devido a estratégias de ajuste ou retomada das atividades. A melhora no fluxo de caixa operacional e livre em 2023 indica uma reversão de tendência e potencial recuperação da capacidade financeira da organização.

Alíquota efetiva do imposto de renda (EITR)

A alíquota efetiva do imposto de renda apresentou uma tendência de aumento de 1,71% em novembro de 2018 para 2,32% em novembro de 2019. No entanto, essa alíquota sofreu uma redução significativa em 2020, caindo para 0,17%, acompanhada de uma atualização marginal em 2021, chegando a 0,22%. Em 2022, houve uma reversão dessa queda, iniciando uma trajetória de crescimento para -0,21%, que indica uma alíquota efetiva negativa em 2023 de -19,35%. Essa mudança sugere uma possível reversão na perspectiva de impostos ou ajustes fiscais que passaram a impactar negativamente a alíquota, culminando em uma alíquota efetiva negativa, o que pode refletir benefícios fiscais, créditos de impostos ou reestruturações fiscais significativas na empresa.

Caixa pago a título de juros, líquido de juros capitalizados, líquido de impostos

O valor de caixa pago em juros demonstra uma tendência de aumento ao longo do período analisado. Iniciando em 179 milhões de dólares em novembro de 2018, houve uma redução em 2019, chegando a 167 milhões. A partir de 2020, observou-se um crescimento expressivo, atingindo 609 milhões em 2020 e continuando em ascensão até 2022, com um valor de 1.403 milhões. Em 2023, esse item apresentou um valor de 2.387 milhões, indicando uma ampliação contínua nas despesas líquidas de juros pagas, o que pode refletir aumento de endividamento ou mudanças na política de financiamento da empresa. A rotina de aumento dos desembolsos de juros líquidos sugere uma inversão na estratégia de gestão de dívida ou variações nos custos de financiamento ao longo do período.

Juros capitalizados, líquidos de impostos

Os juros capitalizados, líquidos de impostos, apresentaram variações ao longo do período. Começaram em 35 milhões de dólares em novembro de 2018, crescendo para 38 milhões em 2019, e atingiram seu pico em 2020 com 66 milhões. Posteriormente, houve uma redução para 83 milhões em 2021, uma diminuição para 48 milhões em 2022, e novamente uma elevação para 76 milhões em 2023. Essas flutuações indicam variações nos custos associados à capitalização de juros, o que pode estar relacionado a mudanças nas políticas de financiamento, diferentes estratégias de investimento ou impactos de reestruturações financeiras. O aumento em 2020, por outro lado, pode sugerir maior foco na capitalização de juros perante o contexto econômico ou financeiro dessa época.

Ao analisar os dados financeiros ao longo dos anos, observa-se que o valor da empresa (EV) apresentou flutuações, tendo registrado um pico em 2018, seguido de uma tendência de declínio até 2020, e uma recuperação subsequente até 2023. Especificamente, o EV caiu de aproximadamente US$ 49,9 bilhões em 2018 para um ponto mais baixo de cerca de US$ 38,3 bilhões em 2020, antes de se recuperar para aproximadamente US$ 48,8 bilhões em 2023, indicando uma variabilidade considerável no valor de mercado ao longo do período.

O fluxo de caixa livre para a empresa (FCFF) evidenciou uma forte instabilidade. Em 2018, houve um fluxo positivo de US$ 2,014 milhões, que caiu drasticamente para valores negativos em 2019 e 2020, atingindo aproximadamente -US$ 9,246 milhões e -US$ 6,336 milhões, respectivamente. Essa queda reforça a ocorrência de dificuldades financeiras, potencialmente relacionadas a desafios operacionais ou estratégicos durante esse período. Em 2021, o fluxo de caixa negativo continuou, embora em valores menores, e se manteve negativo até 2022. Contudo, em 2023, houve uma reversão da tendência, com o FCFF retornando a valores positivos de cerca de US$ 3.460 milhões, o que indica uma melhora na saúde financeira operacional da companhia.

O rácio EV/FCFF proporcionou insights adicionais sobre a avaliação financeira ao longo do tempo. Em 2018, esse indicador estava em 24,76, refletindo uma expectativa de alto crescimento ou risco elevado pelo mercado. Em 2019, esse rácio disparou para 175,24, sugerindo uma avaliação excessivamente otimista ou uma distorção de mercado frente ao fluxo de caixa negativo. Pós-2020, o rácio não foi informado, mas a diminuição do EV e a melhora no FCFF em 2023 resultaram em um rácio significativamente menor de 14,11, indicando uma avaliação mais equilibrada ou racionalizada do mercado em relação ao fluxo de caixa gerado. Essa redução do EV/FCFF em 2023 reforça a percepção de uma recuperação na avaliação financeira, acompanhada do retorno ao fluxo de caixa positivo.