Estrutura da demonstração de resultados
Com base em relatórios: 10-K (Data do relatório: 2024-12-31), 10-K (Data do relatório: 2023-12-31), 10-K (Data do relatório: 2022-12-31), 10-K (Data do relatório: 2021-12-31), 10-K (Data do relatório: 2020-12-31).
Ao observar os dados financeiros ao longo do período de 2020 a 2024, verifica-se uma estabilidade na participação das receitas provenientes da empresa, excluindo o crédito Ford, mantendo-se constante em 100% durante todo o intervalo analisado.
O custo das vendas, expresso como percentual das receitas excluindo o crédito Ford, apresentou uma redução significativa de 97,25% em 2020 para aproximadamente 90,8% em 2021, permanecendo nesta faixa até 2023 com ligeiras variações, antes de aumentar para 91,74% em 2024. Tal estabilização e pequena elevação indicam uma margem bruta relativamente consolidada, embora com uma leve deterioração em 2024.
O lucro bruto, como porcentagem das receitas, evidenciou uma melhora substancial de 2,75% em 2020 para 9,2% em 2021, crescendo ainda mais até 9,85% em 2022, seguido por uma ligeira redução para 9,25% em 2023 e uma nova diminuição para 8,26% em 2024. Esses dados sugerem uma melhora significativa na rentabilidade bruta no início do período, com uma tendência de retração posteriormente.
As receitas do Ford Credit, representando uma parcela menor e variável da receita total, sofreram uma redução de cerca de 9,66% em 2020 para 6,02% em 2022, antes de aumentar para aproximadamente 7,11% em 2024, indicando uma recuperação parcial na participação desse segmento.
As despesas com vendas, administrativas e outras apresentaram uma tendência de declínio, passando de aproximadamente -8,79% em 2020 para -5,96% em 2024, sinalizando maior eficiência operacional nesses itens ao longo do período.
As despesas relacionadas ao Ford Credit, incluindo juros e outras despesas, reduziram-se de aproximadamente -7,42% em 2020 para -4,16% em 2021, permanecendo próximas de -4,36% em 2022, antes de aumentarem para -5,71% em 2023 e atingirem -6,4% em 2024. Essa evolução sugere um aumento relativo dos custos associados ao segmento de crédito ao longo do período.
O resultado operacional mostrou evolução positiva significativa, partindo de um prejuízo de -3,8% em 2020 para um lucro de 3,58% em 2021, consolidando-se acima de 4% em 2022 e mantendo patamares próximos a isso em 2023 e 2024. Essa melhora indica avanços na eficiência operacional e na geração de lucro antes de custos financeiros e tributários.
As despesas com juros sobre a dívida apresentaram redução contínua, caindo de -1,42% em 2020 para -0,65% em 2024, refletindo uma gestão de endividamento mais eficiente ao longo do tempo.
As receitas líquidas de pensões e OPEB (outros benefícios pós-emprego), que tinham sido elevadas em 2021, com 4,75%, tiveram variações ao longo do período, chegando a valores negativos em 2023, o que sugere mudanças na contabilização ou na provisão desses benefícios, retornando a valores positivos próximos de 0,24% em 2024.
Os rendimentos de juros de investimentos mostraram estabilidade, oscilando próximos de 0,2% a 0,94%, indicando uma contribuição moderada dessa atividade para o resultado financeiro global.
As receitas ou despesas relacionadas a juros sobre impostos de renda permaneceram praticamente nulas ao longo do período, não apresentando variações expressivas.
Os ganhos ou perdas em investimentos, incluindo equivalentes de caixa, títulos negociáveis e outros instrumentos, apresentaram alta significativa em 2021, atingindo 7,25%, mas sofreram forte redução, chegando a valores próximos a zero ou negativos em 2022 e 2023, o que demonstra uma volatilidade nestes ativos de investimento.
As perdas por extinção de dívidas foram registradas em 2021, em 1,35%, porém não se observaram ocorrências posteriores neste item até 2024.
Receitas de royalties e outros itens variáveis representam uma parcela relativamente pequena da receita total, com valores próximos de 0,29% a 0,5%, indicando uma participação limitada dessas fontes na composição do resultado.
Outras receitas ou prejuízos líquidos apresentaram alta em 2021, atingindo 11,67%, mas posteriormente caíram para valores negativos e próximos de zero, sugerindo uma maior volatilidade nas receitas não operacionais ou em itens extraordinários.
O resultado de equivalência patrimonial vinculada às coligadas exibiu crescimento em 2021 e uma reversão para valores negativos em 2022, retornando posteriormente a pequenos valores positivos, refletindo alterações na participação ou resultados de empresas coligadas.
O lucro antes do imposto de renda apresentou um forte crescimento de -0,96% em 2020 para 14,08% em 2021, seguido de uma queda em 2022, e posteriormente retomada de patamares positivos, chegando a 4,19% em 2024. A provisão para imposto de renda também apresentou oscilações, chegando a ocupar valores positivos em 2022 e 2023, antes de alterar para negativo em 2024.
O lucro líquido manteve a mesma tendência de melhora, passando de um prejuízo de -1,1% em 2020 para um lucro de 14,18% em 2021, posteriormente apresentando retração e oscilações, mas consolidando uma condição de retorno à rentabilidade positiva de 3,41% em 2024. Essa trajetória indica uma recuperação consistente na lucratividade ao longo do período analisado.
Por fim, o resultado atribuível à Ford Motor Company seguiu uma tendência semelhante, com prejuízo em 2020 e forte recuperação em 2021, alcançando 14,21%, e continuidade de resultados positivos até 2024, embora em uma proporção semelhante à do lucro líquido, sugerindo uma distribuição de resultados proporcional às participações societárias.