Walgreens Boots Alliance Inc. (NASDAQ:WBA)

Ao analisar os dados trimestrais apresentados, observa-se uma tendência de aumento significativo no total do passivo ao longo do período analisado, culminando em seu valor mais elevado no último trimestre de fevereiro de 2020, com US$ 66.599 milhões. Essa elevação indica um aumento no endividamento e na alavancagem financeira ao longo do tempo.

O passivo circulante também apresentou aumento expressivo, passando de aproximadamente US$ 8.821 milhões no final de 2013 para cerca de US$ 25.769 milhões em fevereiro de 2020, refletindo uma maior necessidade de recursos de curto prazo, possivelmente relacionada a maior volume de contas a pagar ou obrigações de curto prazo.

Quanto ao passivo não circulante, houve crescimento substancial, especialmente a partir de 2015, atingindo suas maiores cifras por volta de meados de 2019 e início de 2020, com valores próximos a US$ 37 bilhões, indicando uma expansão de obrigações de longo prazo, incluindo dívidas de longo prazo e passivos de arrendamento operacional não circulante.

As dívidas de longo prazo evidenciam uma trajetória de aumento ao longo do período, embora apresentem alguma oscilação, atingindo seu pico por volta do início de 2019 e posteriormente reduzindo, o que pode indicar uma estratégia de refinanciamento ou pagamento de dívidas. O aumento na dívida de longo prazo está acompanhado por uma elevação no passivo de arrendamento operacional não corrente, indicando uma maior incidência de obrigações decorrentes de arrendamentos.

O patrimônio líquido total passou por uma diminuição considerável após 2017, em função da redução do patrimônio líquido total, que também refletiu na redução do patrimônio líquido por ações preferenciais e ordinárias, além de uma expressiva valorização das ações em tesouraria, o que indica uma recompra contínua de ações por parte da companhia. Apesar dessa recompra, o patrimônio líquido, por sua vez, apresentou retração ao final do período.

Os lucros não distribuídos demonstraram crescimento constante ao longo do período, refletindo uma política de retenção de resultados, o que contribui para o aumento do patrimônio líquido, mesmo diante da redução do valor total ao final do período devido a fatores como recompra de ações e oscilações nos demais itens de patrimônio.

As contas a pagar cresceram de forma contínua, especialmente após 2015, atingindo mais de US$ 15 bilhões em 2019, indicando maior volume de obrigações a fornecedores e outros credores de curto prazo. As despesas acumuladas e outros passivos apresentaram oscilações, com pico ao final de 2019, sugerindo incremento no volume de responsabilidades acumuladas de natureza diversa.

O imposto de renda apresentou variações menores, com picos pontuais, possivelmente relacionadas a diferenças nas bases de cálculo ou estratégias fiscais adotadas ao longo do tempo.

O patrimônio líquido, apesar da volatilidade do período, manteve-se em patamares elevados, embora tenha apresentado tendência de diminuição ao final de 2019 para início de 2020, refletindo possíveis impactos das recompras de ações, aumento do endividamento e oscilações nos resultados operacionais.

Em síntese, o período analisado evidencia uma mudança significativa na estrutura de capital, com aumento expressivo do endividamento de longo prazo e de passivos operacionais de arrendamento, acompanhada de ações preferenciais e ordinárias em queda e maior volume de recompra de ações em tesouraria. Esses fatores parecem refletir uma estratégia de gestão financeira que busca equilibrar crescimento, recompra de ações e gerenciamento de passivos, com impacto direto na composição do patrimônio líquido e na estrutura de capital da companhia.