Estrutura do balanço: passivo e patrimônio líquido
Dados trimestrais
Com base em relatórios: 10-Q (Data do relatório: 2023-04-29), 10-K (Data do relatório: 2023-01-28), 10-Q (Data do relatório: 2022-10-29), 10-Q (Data do relatório: 2022-07-30), 10-Q (Data do relatório: 2022-04-30), 10-K (Data do relatório: 2022-01-29), 10-Q (Data do relatório: 2021-10-30), 10-Q (Data do relatório: 2021-07-31), 10-Q (Data do relatório: 2021-05-01), 10-K (Data do relatório: 2021-01-30), 10-Q (Data do relatório: 2020-10-31), 10-Q (Data do relatório: 2020-08-01), 10-Q (Data do relatório: 2020-05-02), 10-K (Data do relatório: 2020-02-01), 10-Q (Data do relatório: 2019-11-02), 10-Q (Data do relatório: 2019-08-03), 10-Q (Data do relatório: 2019-05-04), 10-K (Data do relatório: 2019-02-02), 10-Q (Data do relatório: 2018-11-03), 10-Q (Data do relatório: 2018-08-04), 10-Q (Data do relatório: 2018-05-05), 10-K (Data do relatório: 2018-02-03), 10-Q (Data do relatório: 2017-10-28), 10-Q (Data do relatório: 2017-07-29), 10-Q (Data do relatório: 2017-04-29).
Ao analisar a evolução dos principais itens do passivo, nota-se uma significativa variação na composição do passivo total ao longo do período avaliado. Houve um aumento acentuado no passivo circulante, que passou de aproximadamente 22,78% no primeiro trimestre de 2017 para picos superiores a 50% em certos períodos de 2018 e 2019, refletindo uma maior alavancagem de curto prazo. Posteriormente, há uma redução desse componente, chegando a aproximadamente 16% em janeiro de 2023, indicando uma possível estratégia de alongamento do perfil de endividamento ou pagamento de passivos de curto prazo.
Em contrapartida, o passivo não circulante apresentou variações, predominando em torno de 45% a 75% ao longo de quase todo o período, com picos em determinados trimestres. Destaca-se que esse componente teve uma tendência de queda a partir de meados de 2020, sugerindo redução na dívida de longo prazo ou reestruturações no passivo não circulante.
Um foco de atenção recai sobre a composição de dívidas específicas, como as notas seniores conversíveis, que apresentaram redução proporcional ao longo do tempo, especialmente as vencidas em 2023 e 2024, que inicialmente tinham participações relevantes superiores a 10%. Essa diminuição pode refletir reestruturações ou amortizações de dívidas conversíveis. Além disso, os empréstimos de prazo variado mostraram estabilidade relativa, com percentuais que os situam em torno de 33% a 36% em alguns tipos específicos, indicando manutenção de linhas de crédito de longo prazo.
O total do passivo, como porcentagem do passivo e patrimônio líquido, revelou uma tendência de diminuição de aproximadamente 68% no início de 2017 para cerca de 78% em 2023, refletindo uma melhora na estrutura de capital, possivelmente por meio do aumento de capital de terceiros ou redução do endividamento global. Contudo, a proporção do patrimônio líquido em relação ao total do passivo e patrimônio líquido evidenciou oscilações, apresentando, em alguns períodos, valores negativos, especialmente entre 2018 e 2019, indicando déficits patrimoniais temporários ou alta concentração de dívidas.
Quanto ao patrimônio líquido, observou-se a presença de ações em tesouraria negativas em certa medida, indicando recompra de ações, principalmente até 2018. Em períodos posteriores, nota-se uma recuperação do patrimônio, com valores positivos e de crescimento progressivo, chegando a aproximadamente 21,99% em janeiro de 2023, o que sugere um fortalecimento da equidade da empresa ao longo do tempo.
Em relação aos demais componentes do patrimônio líquido, há uma evolução de lucros acumulados que, após períodos de prejuízo em 2019, mostram recuperação, chegando a valores próximos de 10% a 16% até o início de 2023. Essa melhora reflete um possível retorno à lucratividade ou controle de perdas acumuladas.
Destaca-se ainda que a maior variação percentual de algumas linhas, como capital adicional realizado, ocorreu até 2018, quando houve forte incremento, possivelmente reflexo de aporte de capital ou emissão de ações para reforçar o patrimônio, após o qual a tendência se estabilizou em níveis menores.
Por fim, a análise geral revela um cenário de transição, com a redução da dependência de dívidas de curto prazo, fortalecimento do patrimônio líquido e uma tentativa de balancear as obrigações de longo prazo, além de melhorias na posição de lucros acumulados. Essas mudanças indicam uma estratégia de remodelagem da estrutura financeira, buscando maior equilíbrio e sustentabilidade financeira ao longo do período avaliado.