RH (NYSE:RH)

Ao analisar as tendências nos indicadores de liquidez ao longo do período avaliado, observa-se uma trajetória de deterioração nos índices de liquidez corrente, rápida e de caixa até cerca de novembro de 2018, seguida por uma significativa recuperação a partir de 2020.

No início do período, em abril de 2017, os índices de liquidez estavam em níveis elevados, sendo 2,06 para liquidez corrente, 0,26 para rápida e 0,18 para de caixa. Entre julho de 2017 e agosto de 2018, houve uma redução consistente nesses valores, atingindo mínimos próximos a 0,61, 0,05 e 0,01, respectivamente, indicando uma piora na capacidade de honrar obrigações de curto prazo com ativos líquidos disponíveis.

Essa queda na liquidez foi contínua e persistente até novembro de 2018, momento em que os índices, especialmente o de liquidez corrente, atingiram os níveis mais baixos do período. A partir dessa data, verifica-se uma estabilização, embora em níveis ainda considerados baixos em 2019, com índices que variaram pouco, refletindo uma fase de mantenimento de baixos níveis de liquidez por um período prolongado.

Notavelmente, a partir de 2020, ocorre uma tendência de recuperação desses índices, com uma disparada nos valores de abril de 2022 e abril de 2023. Durante esse último período, os índices de liquidez corrente ultrapassaram 3, chegando a 3,49, enquanto os índices de rápida e de caixa também registraram avanços relevantes, com valores próximos ou acima de 2, demonstrando uma melhora substancial na capacidade da entidade de cumprir com suas obrigações de curto prazo com ativos líquidos disponíveis.

Essas mudanças sugerem uma fase de crise de liquidez que se iniciou em meados de 2017 e se estendeu até 2018, seguida por um processo de recuperação e fortalecimento da liquidez da empresa, culminando em níveis sólidos e sustentáveis a partir de 2020. Essa evolução pode estar relacionada a ajustes financeiros, estratégias de gestão de ativos ou implementação de ações corretivas que impactaram positivamente a capacidade de liquidez ao longo do tempo.

O análise demonstra uma tendência de variação significativa no ativo circulante ao longo do período avaliado, apresentando um aumento constante a partir de meados de 2018 até o início de 2023. Inicialmente, os valores estavam próximos de aproximadamente US$ 914 milhões no primeiro trimestre de 2017, porém, após uma fase de oscilações, observa-se uma expansão expressiva do ativo circulante, atingindo mais de US$ 3,25 bilhões no último período avaliado.

O passivo circulante mostra um comportamento de crescimento ao longo do tempo, porém de forma mais moderada que o ativo circulante. Os valores iniciais ficaram em torno de US$ 444 milhões em abril de 2017, evoluindo até aproximadamente US$ 885 milhões no início de 2023. Este aumento, embora perceptível, não acompanha na mesma proporção a expansão do ativo circulante, resultando na melhoria da liquidez da empresa ao longo do período.

O índice de liquidez corrente evidencia uma melhora significativa do começo de 2020 em diante. Antes desse período, o índice variava em torno de valores abaixo de 1, indicando maior dificuldade de cobertura das obrigações de curto prazo com os ativos disponíveis. Entretanto, a partir de 2020, o índice subiu consideravelmente, ultrapassando valores superiores a 2 e chegando até quase 3, sinalizando uma posição de liquidez mais forte, capaz de sustentar melhor suas obrigações de curto prazo.

Percebe-se que, apesar das oscilações, há uma tendência geral de aumento nos indicadores de liquidez, refletindo uma administração financeira voltada a ampliar a capacidade de pagamento de obrigações de curto prazo. Em suma, a empresa apresentava inicialmente uma baixa liquidez relativa, porém, ao longo do período, conseguiu aprimorar sua posição de liquidez, reconhecendo-se melhorias na gestão de seus ativos circulantes e passivos.

Estimativa de Ativos Rápidos

Ao longo do período analisado, os ativos rápidos apresentaram variações significativas. Houve uma tendência de redução moderada na primeira metade de 2017, iniciando com um valor elevado de aproximadamente US$ 114 milhões em abril e chegando a valores inferiores a US$ 60 milhões no segundo semestre de 2017. Após esse período, os ativos rápidos exibiram estabilidade com valores próximos a US$ 46 milhões a US$ 73 milhões em 2018, seguidos de um incremento substancial a partir do primeiro trimestre de 2019, atingindo picos superiores a US$ 2,2 bilhões em 2022 e 2023, indicando possível aumento na liquidez de curto prazo ou melhorias na composição de ativos de alta liquidez.

Passivo Circulante

O passivo circulante apresentou uma tendência de alta, especialmente a partir de 2017, alcançando seu ponto mais elevado em cerca de US$ 1,36 bilhões no último trimestre de 2022. Houve períodos de estabilidade e incrementos ascendentes contínuos ao longo de 2018 a 2022. Ademais, o valor de passivo circulante frequentemente excede os ativos rápidos, sugerindo uma potencial pressão na liquidez de curto prazo, o que mereceria ações de gestão para equilibrar o passivo e ativos líquidos.

Índice de Liquidez Rápida

Este índice apresentou grande volatilidade, refletindo as variações entre ativos rápidos e passivos circulantes ao longo do tempo. Entre meados de 2017 e fins de 2018, o índice manteve-se baixo, na faixa de 0,05 a 0,17, indicando que os ativos líquidos cobriam uma pequena fração do passivo circulante. Contudo, em 2019 e 2020, o índice demonstrou aumento gradual, atingindo valores muito elevados a partir de 2021, com picos acima de 2,0, o que sugere melhorias consideráveis na composição de ativos líquidos ou uma gestão mais eficiente em relação às obrigações de curto prazo. Esta alta refletiria maior capacidade de liquidez, porém, é importante verificar se esses picos estão relacionados a melhorias reais ou a mudanças nos critérios de cálculo.

Ao analisar a evolução do total de ativos de caixa ao longo do período, observa-se uma tendência de crescimento substancial, passando de aproximadamente US$ 80 milhões em abril de 2017 para mais de US$ 2,1 bilhões em abril de 2023. Este aumento expressivo indica uma capacidade crescente de liquidez ao longo dos trimestres, refletindo possivelmente uma estratégia de aumento de reservas ou geração de caixa consistente.

Por outro lado, o passivo circulante apresenta variações ao longo do tempo, com um valor inicial em torno de US$ 444 milhões em abril de 2017, chegando a atingir um pico de aproximadamente US$ 1,29 bilhões em novembro de 2019. Após esse ponto, há uma redução gradual até cerca de US$ 851 milhões em janeiro de 2023. Essa tendência sugere uma gestão de obrigações de curto prazo que inicialmente foi bastante elevada, atingindo o maior nível no final de 2019, e subsequentemente foi controlada ou reduzida, refletindo um possível esforço de alongamento de prazos ou de quitação de dívidas de curto prazo ao longo do período.

O índice de liquidez de caixa, que demonstra a relação entre ativos de caixa e passivos circulantes, apresenta uma trajetória altamente variável. Nos primeiros anos, verifica-se valores bastante baixos, próximos de 0,01 a 0,05, indicando uma liquidez limitada em relação às obrigações de curto prazo. Entretanto, a partir de agosto de 2020, esse índice apresenta um aumento significativo, atingindo valores superiores a 2,0, chegando a mais de 2,3 em janeiro de 2023. Essa mudança sugere uma melhoria considerável na capacidade de atender às dívidas de curto prazo apenas com ativos de caixa, o que pode indicar uma mudança na estratégia de liquidez, aumento na disponibilidade de recursos ou redução nas obrigações de curto prazo.

De modo geral, há uma evolução positiva na liquidez da empresa ao longo do período analisado, com aumento consistente dos ativos de caixa e uma significativa redução relativa do passivo circulante em seu valor absoluto. A melhora no índice de liquidez de caixa reforça essa percepção, indicando uma gestão mais eficiente dos recursos líquidos em relação às obrigações de curto prazo. Tais padrões refletem uma possível estratégia de fortalecimento financeiro e maior solidez na gestão das obrigações financeiras de curto prazo ao longo do tempo.