Estrutura do balanço: passivo e patrimônio líquido
Com base em relatórios: 10-K (Data do relatório: 2021-12-31), 10-K (Data do relatório: 2020-12-31), 10-K (Data do relatório: 2019-12-31), 10-K (Data do relatório: 2018-12-31), 10-K (Data do relatório: 2017-12-31).
Ao analisar as tendências nos dados financeiros ao longo dos anos, observa-se uma mudança significativa na composição do passivo e do patrimônio líquido ao longo do período avaliado.
O percentual de contas a pagar, como proporção do passivo total e patrimônio líquido, apresentou redução progressiva, de 2,25% em 2017 para 0,73% em 2021, indicando possível melhora na gestão de obrigações correntes ou maior liquidez disponível para pagamento dessas contas.
Por outro lado, a obrigação de cobrança de impostos do marketplace de repercussão apresentou aumento substancial de 0,62% em 2017 para um pico de 4,56% em 2020, antes de diminuir para 3,56% em 2021. Essa variação sugere uma ampliação na passividade relacionada à tributação, possivelmente refletindo crescimento na atividade ou mudanças na política fiscal.
As provisões de fornecedor tiveram leve diminuição de 2,41% em 2017 para 1,67% em 2019, contudo, voltaram a subir para aproximadamente 3% entre 2020 e 2021, indicando aumento na necessidade de provisionar obrigações futuras relacionadas a fornecedores.
O percentual referente às obrigações relacionadas à remuneração dos funcionários permaneceu relativamente estável, com ligeiras oscilações próximas de 1,5% a 2,1%, refletindo a estabilidade na composição desse item de passivo.
Os impostos a pagar, que estavam ausentes até 2019, despontaram em 2020 e 2021 com aproximadamente 0,22% a 0,25%, indicando algum crescimento na obrigação tributária de curto prazo.
As despesas acumuladas apresentaram crescimento expressivo, passando de aproximadamente 4,75% em 2017 para 9,66% em 2020, antes de uma ligeira redução para 8,56% em 2021. Essa tendência sugere aumento na provisão de despesas reconhecidas mas ainda não pagas, possivelmente associada ao crescimento da atividade operacional.
As obrigações de arrendamento financeiro, especialmente as correntes, tiveram forte redução de 0,96% em 2017 para 0,06% em 2021, o que pode indicar a quitação de contratos ou renegociação de arrendamentos.
Fundo a pagar e valores devidos aos vendedores tiveram grande redução de 7,37% em 2017 para 2,34% em 2018, apresentando certa estabilização posterior até 2021, com pequenas oscilações próximas a 5,75%.
A receita diferida, que representava cerca de 1% em 2017, declinou para valores inferiores a 0,5%, indicando eventual reconhecimento e realização mais rápida de receitas ao longo do tempo.
Outros passivos circulantes mantiveram-se relativamente constantes, representando pouco mais de 0,5% ao longo do período.
O passivo circulante, como porcentagem do passivo e patrimônio líquido, variou bastante, atingindo seu pico em 2020 com 18,91% e caindo para 16,07% em 2021. Essa flutuação pode refletir ajustes na estrutura de liquidez ou reclassificação de certos passivos.
Os detalhes de obrigações de arrendamento financeiro líquidas da parcela corrente apresentaram aumento de 0,68% em 2017 para 2,88% em 2021, sugerindo alguma renovação ou reavaliação desses contratos.
O passivo por impostos diferidos apresentou diminuição ao longo do período, de 3,93% em 2017 para 2,07% em 2021, o que pode indicar redução em benefícios fiscais futuros ou alterações nas expectativas de pagamento.
O item referente à obrigação de financiamento da facilidade apareceu apenas em 2017, com percentual de 9,92%, enquanto outros itens relacionados à dívida líquida de longo prazo aumentaram de forma significativa, atingindo aproximadamente 59,38% em 2021, sinalizando maior endividamento de longo prazo.
O passivo não circulante, que cresceu de 17,54% em 2017 para 67,53% em 2021, representa uma maior concentração de obrigações de longo prazo, refletindo uma mudança na estratégia de financiamento ou estrutura de capital.
O capital adicional realizado decresceu drasticamente, de 82,47% em 2017 para cerca de 16,49% em 2021, indicando uma redução na captação de recursos via emissão de ações ou outros mecanismos de aumento de capital.
Os lucros acumulados tiveram uma recuperação significativa, saindo de um saldo negativo de -15,9% em 2017 para valores positivos de 1,87% em 2021, sugerindo melhorias na lucratividade e na retenção de resultados ao longo do período.
As outras receitas (perdas) abrangentes acumuladas também oscilaram, ficando negativas em 2021, o que pode indicar fatores de perda não realizados refletidos em variações cambiais ou ajustes de ativo e passivo.
O patrimônio líquido mostrou forte retração percentual até 2019, chegando a 26,36%, porém recuperou-se para 30,88% em 2020, antes de cair para 16,41% em 2021, indicando uma redução relativa de capital próprio na composição do passivo total ao longo do período.