Altria Group Inc. (NYSE:MO)

Ao analisar os dados financeiros anuais, observa-se uma tendência de crescimento consistente no lucro líquido, que passou de -US$ 1.298 milhões em 2019 para US$ 8.130 milhões em 2023, indicando uma significativa melhora na rentabilidade da empresa ao longo do período. Essa evolução refletiu-se na recuperação de resultados positivos após períodos de prejuízo, especialmente a partir de 2020.

Os itens relacionados à depreciação e amortização apresentaram valores relativamente estáveis, com ligeras variações, indicando uma estabilidade na depreciação dos ativos ao longo dos anos considerados. O benefício de imposto de renda diferido apresentou redução de benefícios em 2021, provocada por ajustes na provisão tributária, e subsequentemente se aproximou de valores positivos em 2023, sugerindo melhorias na eficiência tributária.

Outro aspecto relevante é a percepção de benefício fiscal não reconhecido, que apresentou um aumento considerável em 2023, refletindo potenciais oportunidades fiscais ainda não aproveitadas, enquanto em 2021 houve uma expressiva perda registrada, indicando possíveis alterações na legislação tributária ou na estratégia fiscal da empresa.

As perdas de investimentos em títulos de capital mostraram grande volatilidade, com pico em 2021, indicando resultados negativos expressivos, porém, uma significativa reversão em 2023, com prejuízo de US$ 243 milhões. As perdas relacionadas a instrumentos financeiros, como as associadas à Cronos, também variaram bastante, despencando em 2022, o que aponta uma diminuição na exposição a esse risco naquele ano.

Os títulos de capital da JUUL evidenciaram uma grande imparidade registrada em 2019 e 2020, marcando perdas que impactaram significativamente os resultados nesses anos, mas não há registros posteriores. As perdas na extinção antecipada de dívidas e outros encargos de liquidação indicam despesas pontuais, sem um padrão de continuidade.

Na composição do capital de giro, há oscilações nos recebíveis, inventários e contas a pagar, com sinais de ajuste na gestão de ativos e passivos circulantes. Destaca-se um aumento nos recebíveis em 2021, seguido de redução, enquanto a variação nos inventários foi negativa em 2023, possivelmente indicando mudanças na estratégia de estoques.

Em relação à pressão tributária, as contas de imposto de renda apresentaram resultados negativos em 2021 e 2022, porém com recuperação em 2023, alinhando-se à melhora no resultado operacional. Os passivos acumulados, encargos de liquidação e efeitos de caixa mostraram variações que refletem ajustes na estrutura de capital de giro e estratégia de gerenciamento de risco financeiro.

O fluxo de caixa operacional permaneceu robusto, com valores consistentes em torno de US$ 8 bilhões, apesar das variações na linha de ajustes e nos efeitos de caixa do capital de giro, indicando uma geração contínua de caixa pela operação principal da empresa.

Nos investimentos, as saídas de caixa foram relativamente constantes, com destaque para a venda de direitos do Sistema IQOS e aquisições pontuais, incluindo compras de ativos e investimentos em Cronos, que apresentaram impacto significativo em determinados anos. A entrada de caixa proveniente de transações específicas, como a venda de participação na St. Michelle, também revela estratégias de desinvestimento em momentos oportunos.

Os financiamentos evidenciam uma forte atividade de endividamento, especialmente com emissão de dívidas de longo prazo e reembolsos, caracterizando uma gestão de capital voltada à captação de recursos para suportar operações, aquisições e pagamento de dividendos. A recompra de ações e o pagamento de dividendos cresceram ao longo do tempo, refletindo uma política de retorno aos acionistas.

O saldo de caixa e equivalentes de caixa apresentou variações, com aumento ao longo de 2020 e redução em anos seguintes, mantendo-se em patamares elevados ao final de 2023, o que sugere uma estratégia de liquidez consistente para enfrentamento de obrigações de curto prazo e oportunidades de investimento.