Demonstração dos fluxos de caixa
A demonstração de fluxo de caixa fornece informações sobre recebimentos de caixa e pagamentos de caixa de uma empresa durante um período contábil, mostrando como esses fluxos de caixa vinculam o saldo de caixa final ao saldo inicial mostrado no balanço patrimonial da empresa.
A demonstração dos fluxos de caixa consiste em três partes: fluxos de caixa fornecidos por (usados em) atividades operacionais, fluxos de caixa fornecidos por (usados em) atividades de investimento e fluxos de caixa fornecidos por (usados em) atividades de financiamento.
Com base em relatórios: 10-K (Data do relatório: 2025-03-31), 10-K (Data do relatório: 2024-03-31), 10-K (Data do relatório: 2023-03-31), 10-K (Data do relatório: 2022-03-31), 10-K (Data do relatório: 2021-03-31), 10-K (Data do relatório: 2020-03-31).
Ao analisar os dados financeiros ao longo do período avaliado, observa-se uma tendência de crescimento significativo na receita líquida até 2022, seguida por uma forte deterioração a partir de 2023. O lucro líquido apresentou alta em 2021, atingindo aproximadamente US$ 589 milhões, porém experimentou uma queda acentuada em 2023, entrando em prejuízo de aproximadamente US$ 1,124 milhões, com tendência de agravamento até 2025, com prejuízos superiores a US$ 4 bilhões. Essa reversão indica dificuldades financeiras ou impactos extraordinários que afetaram o resultado operacional.
Os itens relacionados à amortização e depreciação refletiram aumento expressivo a partir de 2022, especialmente na amortização de intangíveis, que passou de cerca de US$ 64,8 milhões em 2022 para mais de US$ 1,5 bilhão em 2023, indicando aumentos nos ativos intangíveis ou mudanças nos métodos de amortização. Similarmente, os custos de desenvolvimento de software e ativos relacionados cresceram de forma substancial, sugerindo maior investimento em produtos e propriedade intelectual.
As despesas de juros tiveram incremento ao longo do período, especialmente a partir de 2022, atingindo US$ 140,6 milhões em 2024, refletindo possivelmente maior endividamento ou aumento nas taxas de juros. A despesa com imposto de renda diferido passou de valores positivos a negativos em 2023 e 2024, indicando ajustes fiscais relevantes e possíveis reversões ou reclassificações de créditos fiscais.
O ativo circulante, representado por contas a receber e outros ativos, exibiu volatilidade, com contas a receber apresentando valores negativos em alguns períodos, o que pode indicar cobranças ou ajustes de contas. Os custos e licenças de desenvolvimento de software aumentaram de forma contínua, atingindo mais de US$ 691 milhões em 2025, demonstrando um foco contínuo na expansão de ativos intangíveis.
No entanto, as variações líquidas no ativo e passivo, assim como os fluxos de caixa das atividades operacionais, demonstraram uma redução expressiva a partir de 2022, culminando em fluxo operacional negativo em 2024 e 2025, com valores próximos de -US$ 16 mil e -US$ 45 mil, respectivamente. Essa reversão reforça a deterioração na geração de caixa operacional, coincidente com a tendência de prejuízo líquido crescente.
Nos investimentos, observa-se uma forte saída de caixa em atividades relacionadas à compra de ativos fixos e investimentos de longo prazo, refletindo investimentos em expansão ou manutenção da infraestrutura da empresa. A venda de ativos e investimentos, entretanto, contribuiu de forma significativa, embora de forma inconsistente ao longo do período, sugerindo estratégias de liquidação e desinvestimento.
Na atividade de financiamento, houve emissões de ações e geração de dívidas, com fluxo de caixa positivo em 2023, decorrente do produto da emissão de dívida, que totalizou mais de US$ 1,3 bilhão, além de aumentos no capital social. A recompra de ações ocorreu em alguns anos, e o pagamento de dívidas apresentou valores elevados, particularmente em 2024, indicando estratégia de refinanciamento ou redução de endividamento existente. As variações cambiais também tiveram impacto menores, refletindo estabilidade cambial ou ajustes de caixa frente a variações dessas taxas.
O saldo de caixa, equivalentes e restritos iniciou o período em patamares elevados, ultrapassando US$ 2 bilhões em 2020 e 2021, apresentando redução expressiva a partir de 2023, atingindo US$ 1,1 milhão em 2025. Essa redução está ligada aos fluxos negativos de caixa operacional e de investimentos, além de desembolsos relacionados ao pagamento de dívidas e aquisições.